Navegar

26/08/2020

Viana fala sobre astrônomo que não encontrou Netuno

Imagem: WikiImages

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

O matemático e astrônomo inglês Sir George Airy (1801- 1892) ocupa um lugar proeminente na história da astronomia, por razões boas e ruins.

Nascido em uma família humilde, aos 18 anos o talento para a matemática lhe abriu as portas do famoso Colégio Trinity, da Universidade de Cambridge. Mas, ao contrário de seus colegas mais endinheirados, Airy precisou trabalhar como servente da universidade para pagar seus estudos.

Uma de suas principais realizações científicas foi a determinação do raio polar e do raio equatorial do planeta Terra. Embora agora existam estimativas melhores, os resultados de Airy ainda são suficientemente bons para certas aplicações práticas.

Leia mais: A matemática dos efeitos visuais no cinema moderno
María Amelia Salazar ganha Prêmio Para Mulheres na Ciência
Programa financia em R$ 550 mil projetos de ciência de dados

Por mais de 30 anos, ele buscou calcular a densidade média do nosso planeta por meio de medições com pêndulos. Após várias tentativas fracassadas, em 1856 chegou ao valor de 6,6 gramas por centímetro cúbico, um pouco maior do que o valor atual, 5,5 gramas por centímetro cúbico.

A maior parte da reputação científica de Airy está baseada na sua atuação como Astrônomo Real e diretor do Observatório de Greenwich, funções que ocupou de 1835 até 1881.

Quando assumiu o cargo, o observatório era uma instituição decadente. Ele reorganizou profundamente o seu funcionamento, transformando-o no principal centro mundial de pesquisa em astronomia. É devido a ele a criação, em 1851, do conceito de “meridiano de Greenwich”, que serve até hoje como referência na definição da hora oficial (fuso horário) no mundo.

Mas a reputação de Airy acabaria afetada, injustamente, pela controvérsia em torno da descoberta de Netuno. As anomalias observadas pelos astrônomos no movimento de Urano tinham levantado a suspeita de que poderiam ser atribuídas à presença de um oitavo planeta, desconhecido até então. Em 1846, dois matemáticos, o inglês John Couch Adams e o francês Urbain LeVerrier, faziam cálculos complexos para encontrar a posição desse astro.

Segundo o relato usual, Adams teria solicitado que Airy verificasse os seus cálculos e esse não teria sido suficientemente diligente.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal

Leia também:Série sobre ciência desvenda conexões fascinantes no mundo
Com edição virtual, Escola de Probabilidade começa no dia 31