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19/08/2020

Na Folha, o bacalhau e o segredo da existência da América

Foto: Wikimedia Commons

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

Em busca de novas terras e riquezas, a partir do século 8 os viquingues fizeram diversas viagens marítimas para ocidente. Tinham aprendido a preservar o bacalhau, secando-o ao vento, e isso garantia alimentação nutritiva durante as longas viagens no mar.

Por volta do ano 1000, chegaram às costas do Canadá, onde se instalaram: foram encontrados vestígios de uma povoação nórdica na Terra Nova. Mas a presença durou pouco, e logo o segredo da existência da América se perdeu novamente para os europeus, até a chegada de Cristóvão Colombo em 1492. Ou será que não?

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Na Europa da Idade Média, sujeita a inúmeras restrições religiosas ao consumo de carne de animais terrestres, havia forte demanda por carne de baleia. Os pescadores do País Basco, no norte da Espanha, foram os primeiros fornecedores comerciais, já a partir do século 7. Inicialmente, caçavam em seu próprio Golfo da Biscaia, mas foram expandindo o raio de ação. Desse modo, entraram em contato com os viquingues, com quem talvez tenham aprendido alguns truques.

Os bascos também usavam o bacalhau como suprimento de viagem, mas fizeram um avanço importante: além de secar, salgavam o peixe, o que melhora o sabor e aumenta a durabilidade. Os avanços na construção naval possibilitavam viagens cada vez mais longas.

Com a demanda por bacalhau crescendo na Europa, os bascos tornaram-se seus maiores fornecedores. Muitos outros o pescavam, sobretudo no Mar do Norte e nas costas da Islândia, mas ninguém via os bascos por lá. Onde tinham acesso a tanto peixe? A suspeita é que conhecessem os ricos bancos de bacalhau do Canadá, mas teriam guardado o segredo ciosamente.

Meus ancestrais portugueses também tinha bom faro nessa matéria, claro. Embora mais ocupados com o Atlântico Sul (África, Brasil), na busca do caminho marítimo para a Índia, fizeram explorações ao norte. Em 1473, o navegador João Vaz Corte-Real (1420-1496) foi enviado pelo rei Afonso V à Dinamarca para participar numa expedição que visava reestabelecer a ligação do país com a Groenlândia, quebrada no início do século, com o abandono das colônias viquingues. A partir daí, teria organizado expedições à costa da América do Norte, em particular “descobrindo” a Terra Nova.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal

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