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13/05/2020

Na Folha, Marcelo Viana explica de que é feito o mundo

Foto: Pxfuel

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

Os pensadores da Grécia tinham todo tipo de ideias sobre a composição das coisas que nos rodeiam. Uma das mais exóticas, proposta pelos filósofos Leucipo (século 5 a.C.) e Demócrito (460 a.C.–370 a.C.), era que a matéria consiste de pequenas partículas indivisíveis, os átomos. Não havia nenhuma base experimental para essa teoria e ela foi esquecida.

Até o início do século 19, quando o cientista inglês John Dalton (1766 – 1844) estava tentando explicar uma curiosa propriedade matemática das reações químicas. Por exemplo, há dois tipos de óxido de estanho e as quantidades dos ingredientes estão misteriosamente relacionadas: num tipo, 100g de estanho se combinam com 13,5g de oxigênio; no outro, os mesmos 100g de estanho reagem com 27g de oxigênio. Será coincidência que 13,5 é a metade de 27?

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Dalton sugeriu que os dois reagentes seriam formados por átomos, que se juntariam para formar a nova substância. Um átomo de Sn (estanho) com um átomo de O (oxigênio), daria o primeiro tipo de óxido, com fórmula SnO. Mas cada Sn poderia também combinar-se com dois O, gerando o óxido SnO2. A teoria de Dalton explicava bem muitas outras reações químicas, mas não provava que átomos realmente existam.

A primeira evidência experimental em favor da teoria atômica veio da descoberta, em 1827, do movimento browniano. O botânico escocês Robert Brown (1773 – 1858) observou no microscópio que partículas de pólen em suspensão líquida se agitam permanentemente, como se estivessem vivas. Ele sugeriu que seria porque são bombardeadas constantemente pelos átomos do líquido.

A explicação matemática do movimento browniano foi dada por Albert Einstein (1879 – 1955) em 1905 e pelo físico polonês Marian Smoluchowski (1872 – 1917) em 1906. O físico francês Jean Perrin (1870 – 1942) confirmou a teoria experimentalmente e a usou para calcular o tamanho e a massa de diferentes átomos. Por essas façanhas, ganhou o prêmio Nobel da física de 1926.

Pela primeira vez na história, a humanidade dispunha de uma resposta científica à questão “de que é feito o mundo?”. Mas não podia ser tão simples, claro.

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