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07/05/2020

Para quem é fã do IMPA, dez curiosidades sobre o instituto

Que tal dar um mergulho em histórias saborosas do IMPA? Em 67 anos de existência, o instituto se consolidou como um dos mais destacados centro de pesquisa da área na América Latina e no mundo. A promoção da pesquisa de vanguarda, a formação de pesquisadores e disseminação do conhecimento matemático na sociedade brasileira seguem como seus principais pilares e objetivos. Para marcar a semana de comemorações ao Dia Nacional da Matemática, separamos dez curiosidades que contam parte desta história.

Integrantes do CNPq, na posse do 1º diretor do IMPA, Lélio Gama (6º)/ Foto: acervo Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

1-  Fundação do instituto

Primeira unidade de pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), o IMPA foi criado em 15 de outubro de 1952. À época sem sede própria, o instituto foi alocado temporariamente numa sala da sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), na Praia Vermelha, zona sul do Rio de Janeiro. O corpo científico também era pequeno. Além do diretor, o astrônomo Lélio Gama, que também dirigia o Observatório Nacional, o instituto contava apenas com os jovens matemáticos Leopoldo Nachbin e Maurício Peixoto.

2 – Programas de mestrado e doutorado

A criação de programas regulares de mestrado e doutorado aconteceu em 1970. O IMPA é a primeira instituição brasileira a outorgar os graus de mestre e doutor em Matemática. Em seus 67 anos de história, centenas de matemáticos de diferentes nacionalidades passaram pelas salas de aula do instituto, aprimorando conhecimentos e produzindo pesquisas de ponta e relevância. Desde então, o instituto já formou 512 doutores e 856 mestres.

Biblioteca do IMPA

3 – Biblioteca e Portinari 

Referência em matemática pura e aplicada no Brasil, a biblioteca do IMPA está entre as mais completas do mundo, reunindo um acervo de 127.523 volumes, sendo 37.736 livros e 89.787 periódicos. Não é difícil entender porque ela é um dos espaços preferidos dos pesquisadores e alunos. A decoração é outro ponto a se destacar. O salão de leitura e outros cantos da biblioteca são estampados com 11 reproduções de obras do pintor Candido Portinari (1903-1962). Os quadros foram um presente do filho único do artista, João Candido Portinari, a Jacob Palis, à época diretor-geral do IMPA. O catálogo online está disponível para consultas pela internet.

4 – Sede perto da floresta

Inaugurada em 1981, a atual sede do IMPA fica no Jardim Botânico, zona Sul do Rio de Janeiro. A proximidade com a floresta da Tijuca traz a natureza em toda a sua exuberância para o terreno do IMPA. O verde é predominante de qualquer janela do prédio, que não raro recebe visitas de animais típicos da mata, como macacos, pássaros, insetos e lagartos. Mas o IMPA já esteve em lugares menos bucólicos, nem por isso menos especiais. Seu primeiro endereço foi uma sala no CBPF, na Praia Vermelha, mas o instituto também funcionou em prédios em Botafogo, na Rua São Clemente, e no Centro da cidade, na rua Luís de Camões.

Alunos do Programa de Verão jogam xadrez no intervalo entre as aulas

5 – Verão no IMPA

Durante os meses mais quentes do ano, o IMPA oferece, há mais de 50 anos, atividades para pesquisadores e aluno de outras instituições. Com cursos, minicursos e seminários, o Programa de Verão do instituto acontece em janeiro e fevereiro e costuma atrair algumas centenas de apaixonados pela matemática para um “mergulho nos números”. O instituto oferece auxílio para despesas locais na forma de bolsas, com duração de dois meses. O curso de análise na reta costuma ser um dos mais procurados pelos participantes.

Participantes do 1º Colóquio Brasileiro de Matemática, realizado em 1957 em Poços de Caldas, MG

6 – Colóquio Brasileiro de Matemática

Criado em 1957, o Colóquio Brasileiro de Matemática é organizado a cada dois anos pelo instituto, e tem objetivo de divulgar a matemática e atrair jovens talentos para a carreira científica na área. Sua primeira edição aconteceu em Poços de Caldas, Minas Gerais,  reunindo 49 participantes de 9 centros universitários do Brasil. A programação do encontro é bastante diversificada, contando com palestras plenárias, palestras de divulgação, sessões temáticas, cursos avançados, cursos introdutórios e apresentação de pôsteres. Por causa da variedade de conteúdos oferecidos, a reunião costuma atrair desde jovens graduandos até consagrados pesquisadores da área. 

Premiação da OBMEP 2018

7 – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP)

Com quase 18 milhões de alunos participantes de 99,84% das cidades brasileiras, a OBMEP, organizada pelo IMPA desde 2005, é a maior olimpíada científica do país. As provas são realizadas em duas fases e divididas pelo grau de escolaridade: nível 1 (6º e 7º anos do Ensino Fundamental), nível 2 (8º e 9º anos) e nível 3 (Ensino Médio). Mais de 7 mil medalhas de ouro, prata e bronze são distribuídas aos participantes, que são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC Jr.) como incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico.

Cerimônia de abertura do ICM 2018. Foto: Bruno de Lima/R2

8 – Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018)

Sediado pela primeira vez em uma cidade da América Latina e do Hemisfério Sul, o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018) foi presidido e organizado pelo IMPA e reuniu 3.000 participantes no Rio de Janeiro. Maior encontro mundial da comunidade, o congresso foi palco da entrega da Medalha Fields – principal prêmio da matemática. Para aproximar os jovens dos grande ídolos da matemática, a premiação da OBMEP 2017 também aconteceu no ICM. Cerca de 570 competidores receberam as medalhas de ouro das mãos de três vencedores da Fields. 

9 – Símbolo do IMPA

Quem já veio ao instituto sabe que um dos maiores pontos de encontro é a escultura de bronze da Faixa de Moebius, localizada do 2º piso, em frente ao auditório Ricardo Mañé. Tido como o anel mais famoso do mundo, o desenho é o símbolo do IMPA, e sua reprodução também está na fachada do prédio-sede. A Faixa de Moebius é um tipo especial de superfície, que fascina matemáticos, artistas e engenheiros por ter um só lado, desafiando as leis da física. Ela foi criada pelo matemático e astrônomo alemão August Ferdinand Möbius, em 1858, e para reproduzi-la basta pegar uma tira de papel, girar uma de suas pontas e juntar os dois extremos. 

Quadro-negro da sala multiuso do IMPA estampado no projeto “Do Not Erase”. Foto: Jessica Wynne

10 – Proibido apagar o quadro

Queridinho dos matemáticos, o quadro-negro está não só dentro das salas e auditórios do IMPA, mas também nos corredores e  onde mais houver espaço. Ao lado deles, o importante alerta de que eles jamais devem ser apagados, evitando perdas de materiais de pesquisa. A relação inseparável dos matemáticos com as lousas foi tema de um projeto fotográfico da professora do Instituto de Moda e Tecnologia Jessica Wynne. Em “Do Not Erase”, o quadro-negro (não apague, em português) da sala multiuso do IMPA foi um dos ilustres retratados.