27/03/2024

Lugar de Mulher: 'Encorajador', dizem estudantes do IMPA

“Para nós que estamos começando nessa área de STEM é muito importante ver e ouvir sobre a trajetória de todas essas mulheres. Nos encoraja e nos faz acreditar que vai dar tudo certo, especialmente, pela participação da Luna Lomonaco e da Carolina Araujo, que vemos todos os dias aqui no IMPA”. O relato é de Ana Cristina Barreto, estudante do instituto. A doutoranda foi uma das alunas presentes na exibição do documentário ‘Lugar de Mulher – Os inexatos percursos femininos nas exatas’, nesta terça-feira (26) no IMPA.

Com duração de 60 minutos, a produção de Manuela Fantinato e Sylvio Rocha traz depoimentos de 40 mulheres que seguiram carreiras em STEM. Matemáticas, engenheiras, cientistas, profissionais de tecnologia de diferentes gerações, falam sobre as dificuldades enfrentadas em uma área dominada por homens. Luna e Carolina, pesquisadoras do IMPA, participaram do filme.

“O documentário contribui para aquele pingo de motivação e inspiração que às vezes precisamos em dias medianos. Vemos que apesar de todos os obstáculos que encontramos e encontraremos pelo caminho, é possível chegar lá”, avaliou a estudante de mestrado Marina Sayuri.

Além da exibição do filme, Luna Lomonaco, Manuela Fantinato, Sylvio Rocha e Cristina Pinho, engenheira mecânica e entrevistada no documentário, participaram de um bate-papo sobre a importância da produção na construção de uma sociedade mais diversa. “Nossa escolha foi encontrar na voz dessas mulheres experiências comuns, identificar o que se repetia. Nossa sociedade perde, as empresas perdem, o futuro perde, assim como o passado perdeu em não ouvir a diversidade”, afirmou Manuela.

Antes do filme, Luna falou sobre o sentimento de desconfiança que a acompanhou durante sua formação acadêmica e como enxerga a mesma insegurança em suas alunas. “Tive alunas que quando não entendem algo, acham logo que não prestam. Raramente vejo garotos com essa atitude e sei o motivo. Há um olhar insistente de desconfiança para nós. Então, fiquei muito feliz com o documentário, pois é muito importante falar alto sobre essas coisas. Não temos cérebros diferentes. Há uma estrutura social que nos leva a acreditar que nossa estrutura mental é diferente e não é verdade.”

A exibição do documentário no IMPA faz parte das ações do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. O filme, que é uma coprodução Clarear Entretenimento e Tocha Filmes, estreou em 27 de novembro no teatro Firjan Sesi, no Centro do Rio, e foi exibido na TV Cultura.