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29/03/2023

Folha: Quão confiáveis são as imagens dos cientistas?

Imagem falsa do matemático francês Adrien-Marie Legendre (1752 – 1833) / Reprodução Wikipédia

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Dez anos atrás, estava explicando a Anita, minha filha, quem eram os personagens representados no vitral de um museu quando ela –então com três anos– exclamou orgulhosa: “Esse eu estudei na minha escola; ele saiu da banheira!”. Estava se referindo à famosa cena —não se sabe por quem presenciada— do matemático e cientista grego Arquimedes, pulando do banho e gritando “Eureca!”.

Na verdade, a representação no vitral se referia ao filósofo Platão, mas a criança não estava errada. Não temos nenhuma ideia de como se parecia qualquer um deles, já que não existe nenhuma imagem realizada por alguém que os tenha conhecido em vida. Anita apenas identificou uma imagem genérica de “pensador grego clássico” (o que, aliás, deixou o pai coruja muito orgulhoso).

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É mais surpreendente ainda que não existam imagens confiáveis de cientistas muito mais próximos de nós no tempo. E o caso do matemático francês Adrien-Marie Legendre (1752–1833) é particularmente estranho.

Apesar de seu enorme prestígio científico, muito pouco se sabe sobre a vida de Legendre. Em particular, não dispomos de nenhuma imagem fidedigna dele. É provável que isso seja exatamente o que ele queria: em seu panegírico, Siméon-Denis Poisson afirmou que “o nosso estimado colega frequentemente exprimiu o desejo de que ao falarmos dele o fizéssemos apenas em relação aos seus trabalhos científicos, que são, de fato, toda a sua vida”.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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