Einstein, o papa da ciência, emigrou para o Novo Mundo
Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo
Quando Abraham Flexner se lançou na construção do Institute for Advanced Study (IAS) de Princeton, ele tinha uma certeza: o sucesso da instituição dependeria, acima de tudo da excelência, de seus professores. E Flexner tinha um plano.
Seu ídolo, Coit Gilman, fundador da universidade Johns Hopkins, percorrera a Europa em busca dos melhores pesquisadores, “aqueles que ensinam melhor mesmo sem ensinarem”. Flexner pretendia imitá-lo. Só não podia prever que conseguiria o prêmio máximo.
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Albert Einstein já era uma figura mítica. Depois que a observação do eclipse de 1919, em Sobral, Ceará, confirmou as previsões da teoria da relatividade geral, Einstein virou pop: estavam dando seu nome a bebês, escolas, hospitais e até cigarros!
Ofertas de emprego choviam das melhores instituições, inclusive da própria universidade de Princeton, vizinha do futuro IAS. Mas até então Einstein declinara deixar Berlim, apesar da crescente degradação da situação dos judeus. Em 1932, Flexner aproveitou que o físico estava de visita à Califórnia para lhe fazer uma proposta. Einstein gostou do formato do IAS e também já concluíra que sua posição na Alemanha era insustentável. Em 4 de junho daquele ano, aceitou tornar-se o primeiro professor do IAS.
Ainda havia que decidir a questão espinhosa do salário. Einstein pediu US$3 mil por ano, alvitrando que talvez pudesse viver com menos. Flexner respondeu fixando o valor em US$10 mil. Assim, em 17 de outubro de 1933, Einstein desembarcou em Nova York com sua esposa, Elsa, para integrar o novo instituto.
O físico francês Paul Langevin, amigo de Einstein, disse que foi como se o Vaticano tivesse mudado para a América: “O papa da física mudou-se e agora os EUA se tornarão o centro das ciências naturais”. Importante contribuição de Adolf Hitler à construção do poderio científico, tecnológico e econômico americano…
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