'David Donaho é um polímata moderno'
O neurocientista britânico Francis Crick, renomado por descobrir a estrutura do DNA, disse certa vez que os matemáticos são preguiçosos e não gostam, principalmente, de ler artigos experimentais; mas ele não conheceu David Donoho. Assim, o professor da Universidade de Stanford, Emmanuel Candès, abriu sua palestra em homenagem ao seu colega e vencedor do Prêmio Gauss.
Candès descreveu Donoho como um polímata (pessoa que não concentra seus interesses em apenas uma área). “ Ele se informa sobre assuntos que vão de ciência a elaboração de políticas e tenta entender o que as pessoas estão fazendo com sucesso, para desenvolver pensamentos matemáticos”, avaliou Candès. Assim, o cientista consegue entender por que algumas coisas funcionam e outras não, criar novos modelos para lidar com informações e dados e, em última instância, inspirar melhorias concretas, como, por exemplo, para a saúde humana. Uma de suas pesquisas levou à redução do tempo necessário para se fazer ressonância magnética, exame especialmente difícil em crianças, lembrou Candès.
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O prêmio Gauss é um reconhecimento a notáveis contribuições matemáticas que tenham gerado aplicações importantes fora da área abrangida pela disciplina. A honraria foi anunciada durante a cerimônia de abertura do Congresso Internacional de Matemáticos, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (1º) no Riocentro.