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09/08/2018

"Códigos quânticos corretores de erro não serão possíveis"

A supremacia da computação quântica, considerada a próxima geração da evolução tecnológica, foi um dos temas abordados pelo pesquisador israelense Gil Kalai, que abriu o último dia de palestras do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018). Polêmico, ele argumentou contra a chamada supremacia quântica e discordou da ideia de que a construção de um computador quântico depende apenas de questões de engenharia.

Para o pesquisador, não será possível construir os códigos quânticos corretores de erros que são fundamentais  para os computadores quânticos nem será possível demonstrar a chamada supremacia quântica por causa da sensibilidade dos ruídos (noise sensitivity).

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“O investimento feito por empresas como Google, Microsoft, Intel, Alibaba e outros nas pesquisas vai falhar”, prevê, lembrando que há uma estimativa de aplicação de recursos na ordem de US $ 10 bilhões nos próximos anos. “A supremacia quântica requer correção de erros quânticos de boa qualidade, mas essa correção de erros quânticos de boa qualidade é mais difícil de criar do que é provar a teoria da supremacia quântica”, afirmou.

Outro tópico explorado por Kalai foram os erros cometidos em contagens de votos eleitorais. Ele lembrou o caso das pesquisas eleitorais de 2016 nos EUA, que erraram as projeções. “Conectar Matemática e eleições é fascinante”, disse. Na palestra, ele deu exemplos de eleições com dois e três candidatos.

Perguntado sobre a dificuldade de traçar as probabilidades em uma eleição presidencial como a do Brasil, que este ano conta com 13 postulantes ao cargo, a situação se complica ainda mais. “Mas o mais importante é manter a igualdade e a honestidade”, disse.

Kalai é professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e professor adjunto de Matemática e ciência da computação da Universidade Yale. Ele mantém um blog onde publica informações sobre suas pesquisas. Pouco antes de vir ao congresso, Kalai postou em seu blog um pequeno teste com perguntas sobre outras edições do ICM e brincou que seria o evento mais esperado depois da final entre França e Croácia, na Copa do Mundo.

Ao iniciar sua apresentação, o cientista agradeceu a oportunidade de participar do ICM 2018, junto a “tantos  matemáticos brasileiros tão dedicados”.