Robô que soluciona Cubo Mágico é atração no Colóquio
O brinquedo Cubo Mágico costuma, muitas vezes, ser a porta de entrada para a magia da Matemática. No 31º Colóquio Brasileiro de Matemática (CBM), ao lado de pôsteres com os trabalhos mais recentes, um robô feito de Lego chama a atenção de quem passa pelos corredores do IMPA. Independentemente de quantas vezes as pessoas deixem o cubo bagunçado, o robô rapidamente resolve o problema.
Se a atração já deixa matemáticos interessados, imagine o impacto nos estudantes. Na Universidade Federal de Uberlândia (MG), desenvolvem-se nos últimos anos estudos sobre como a robótica pode despertar o raciocínio lógico em crianças com necessidades especiais de escolas públicas do município. Trabalhar com alunos com deficiências cognitivas e comportamentais tem se mostrado um desafio de didática.
“Você tem que ter muita paciência, pois explicar conceitos como divisão e multiplicação pode levar muito tempo”, disse o matemático Hutson Roger, responsável pelo projeto. Ele conta ter se surpreendido com a introdução da robótica em aulas de reforço. “O quadro se alterou. O que explicávamos em um dia, os alunos, já na próxima aula, assimilavam e trabalhavam em cima desses conceitos.”
A interação gerou um ambiente positivo e de confiança entre professor e aluno. “Uma criança especial geralmente é bem fechada, mas, no momento que você a trata bem, ela se abre”, disse Roger.
A experiência pode ajudar a diminuir a distância do público com a robótica, diz o especialista. “No caso do robô, a resolução tem a ver com a análise de cores de cada face por um sensor”, afirmou Roger. Feita essa leitura, o software calcula o número mínimo de passos e inicia a solução.
Para o matemático, qualquer um pode resolver o cubo mágico. “Basta entender a técnica que você vai usar”, disse ele, introduzindo a noção matemática da resolução do brinquedo através do uso de algoritmos, ou ordens finitas de ações bem definidas e não ambíguas.
Essa sequência de movimentos cria o que os autores definem como um grupo algébrico, que é estudada no ramo da Matemática chamada de Teoria dos Grupos. Para saber mais leia o artigo “Teoria de Grupos Aplicada na Resolução Robotizada do Cubo Mágico“