‘Quero incentivar a pesquisa no Equador’, diz doutorando
Foi aos 15 anos de idade, que Eddy Santiago decidiu que se tornaria doutor em matemática. O caminho para realizar o sonho de adolescente passou por pedidos de livros de matemática de presente de aniversário; participação em olimpíadas internacionais universitárias; conclusão da graduação na Universidade de São Francisco de Quito e a mudança para o Brasil, onde deu início ao mestrado e posteriormente ao doutorado no IMPA.
Nascido em Quito, no Equador, Santiago conta que conheceu o IMPA durante a Competição Ibero-americana Interuniversitária de Matemática (CIIM), em 2016. Um ano depois, incentivado por um amigo, o equatoriano decidiu agilizar a conclusão da graduação de matemática para chegar ao instituto o mais depressa possível e iniciar o mestrado em matemática pura.
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Nesta quarta-feira (9), às 10h, Santiago defende a tese “Fibrações Lagrangianas Tóricas Singulares na suavização de cones algébricos” sob a supervisão do orientador Vinicius Ramos (IMPA) e coorientação de Renato Vianna (UFRJ). A apresentação ocorrerá na sala 232 no instituto e terá transmissão ao vivo pelo YouTube do IMPA.
No trabalho, o doutorando apresenta uma construção de fibrações Lagrangianas especiais na suavização de singularidades de Gorenstein. A construção foi inicialmente descrita por Gross com detalhes adicionais estudados sob a perspectiva da conjectura SYZ de simetria espelho em trabalhos subsequentes. A pesquisa apresenta uma descrição inovadora da fibração de Gross, utilizando coordenadas globais associadas à caracterização de Altmann da suavização, o que permite oferecer provas alternativas para fatos conhecidos sobre estas fibras, construir um diagrama base convexo que generaliza aqueles já construídos por Symington, e provar um teorema que caracteriza completamente a sua forma”, resume o doutorando.
Agora, Santiago embarca para a Suécia para cursar um pós-doutorado na Universidade de Uppsala. Na bagagem, ele leva o sonho de no futuro retornar ao Equador e contribuir no desenvolvimento de pesquisa científica do país onde nasceu.
“Quero aproveitar esse momento para fazer mais pesquisa, pois no Equador é difícil conseguir um trabalho como pesquisador. A maioria dos professores de lá só dá aula nas faculdades. Então, vou aproveitar este momento de pós-doutorado e para o futuro tenho planos de voltar ao Equador e incentivar a pesquisa no país.”
Para o estudante, os seis anos no Brasil foram de inspiração e aprendizado.
“Quando há pesquisadores na cidade ou no país, você consegue desenvolver uma relação entre a comunidade e os pesquisadores e vejo isso aqui no Brasil com IMPA, que tem a OBMEP e eventos como Colóquio Brasileiro de Matemática, que atraem muitos estudantes e permitem a relação deles com pesquisadores muitos bons e de nível internacional. A matemática é um canal para atingir, inclusive, outras áreas. É uma porta interessante de explorar e nem todos os países têm essa estrutura como a do Brasil”, destaca o doutorando.
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