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14/10/2020

Na Folha, Viana fala das escritas da antiguidade europeia

Palácio de Minos Knossos em Creta, Grécia. Foto: Wikimedia Commons.

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

Maio de 1953 foi um mês extraordinário. Os montanhistas Tenzing Norgay e Edmund Hillary alcançaram pela primeira vez o cume do monte Everest, o ponto mais alto da superfície terrestre. A revista Nature publicou artigo dos cientistas Francis Crick e James Watson propondo a estrutura de dupla hélice da molécula do DNA. E o arquiteto Michael Ventris decifrou a escrita Linear B, talvez a mais antiga da Europa, usada em Creta e na Grécia no segundo milênio a.C..

Proezas atléticas, avanços científicos, descobertas de escritas antigas: dos três tipos de progresso da humanidade, o último é o mais raro. A primeira grande língua da antiguidade a ser decifrada foi o egípcio, demótico e hieroglífico. Seguiram-se, ainda no século 19, os principais idiomas da Mesopotâmia: persa antigo, elamita, babilônia, acádio e sumério.

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Na primeira metade do século 20, foi a vez de algumas escritas europeias e do Médio Oriente: hitita, ulamita e Linear B. Já na década de 1970, a descoberta dos glifos maias veio mostrar que o Novo Mundo também desenvolveu sistemas extremamente sofisticados de escrita e linguagem. Mas muitos escritos do passado permanecem indecifrados, seus símbolos misteriosamente silenciosos.

Homero escreveu na Odisseia: “Existe uma terra chamada Creta, localizada no mar cor de vinho, linda e fértil, cercada pelo oceano. Os que nela vivem são inumeráveis, e nela existem noventa cidades. Sua população fala muitas línguas. Entre as suas cidades está a poderosa Knossos, de que foi rei Minos, que a cada nove anos se aconselhava com o próprio Zeus”.

Dois milênios e meio depois, em 1900, o arqueólogo britânico Arthur Evans (1851–1941) escavou as ruínas de Knossos, no norte de Creta, descobrindo o “palácio de Minos” com seu famoso labirinto, lar do monstro Minotauro, metade homem e metade touro. Nas décadas seguintes, Evans gastou a fortuna da família reconstruindo o palácio do jeito como achava que deveria ser…

Foi ele quem observou que os textos encontrados no palácio usavam três tipos de escrita, que chamou Linear A, Linear B e hieroglífica, e que passou 40 anos de sua vida tentando decifrar. O progresso foi modesto, em parte devido à sua insistência de que os textos estariam num idioma “minoano” do qual nada se sabia.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal

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