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17/01/2024

Folha: Cientistas descobrem uma valsa planetária

Geometria da órbita dos planetas do sistema solar HD110067 – Thibaut Roger/NCCR Planets

A cerca de 100 anos-luz da Terra, na constelação Cabeleira de Berenice, fica a estrela HD110067, parecida com o nosso Sol mas com um sistema planetário incomum.Em artigo publicado na revista Nature em novembro, cientistas da Universidade de Chicago relatam que em torno dela orbitam seis planetas, designados pelas letras B, C, D, E, F e G, todos com tamanhos parecidos: os raios são 2 a 3 vezes o raio da Terra. Ignoramos a sua composição, mas sabemos que estão muito próximos da estrela, mais do que Mercúrio do Sol, logo são quentes demais para sustentar vida.

O que torna esse sistema notável é outra coisa: as durações das órbitas dos seis planetas, que estão completamente sincronizadas. A cada 3 voltas de B em torno da estrela, C dá exatamente 2 voltas. A mesma proporção 3:2 vale para as órbitas de C e D, e também para as órbitas de D e E. Então, muda: entre as órbitas de E e F a proporção é exatamente 4:3, e entre as órbitas de F e G também.

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Uma sincronia tão perfeita —e que dura há mais de um bilhão de anos!– pode parecer uma coincidência mágica, mas o mecanismo que a fez surgir é comum na natureza, e a sua matemática está bem compreendida. Sistemas periódicos –isto é, que repetem as mesmas configurações a intervalos de tempo regulares– em interação mútua costumam trocar energia entre si até que as razões entre os seus períodos sejam dadas por frações de números inteiros e pequenos. Dizemos que entram em ressonância.

Um exemplo familiar ocorre quando empurramos um balanço: percebemos rapidamente que é melhor que o período dos empurrões seja igual ao período de oscilação do balanço ou, pelo menos, um múltiplo pequeno dele, pois isso maximiza a energia que transmitimos ao brinquedo. No sistema planetário os “empurrões” correspondem à atração gravitacional mútua entre os planetas.

Para ler o texto na íntegra, acesse o site do jornal.

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