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25/10/2023

Folha: Bézier foi pioneiro da matemática no design de carros

Foto: Wikimedia Commons

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Em 1933, o jovem francês Pierre Bézier (1910–1999) obteve o seu primeiro emprego na indústria Renault, como instalador de ferramentas. Aposentou-se da mesma empresa 42 anos depois, como diretor de métodos mecânicos. No meio-tempo, revolucionou a automação no design e produção dos carros Renault e Peugeot, deixando um extraordinário legado como pioneiro do design assistido por computador (CAD, na sigla em inglês), que hoje permeia inúmeros setores de atividade, da indústria às artes.

Bézier formou-se como engenheiro mecânico pela Escola Normal Superior das Artes e Ofícios, em 1930, e como engenheiro elétrico pela Escola Superior de Eletricidade, no ano seguinte. Muito depois, aos 67 anos de idade, ingressou na Universidade Pierre e Marie Curie para se doutorar em matemática. A par do seu trabalho na indústria, foi professor no Conservatório Nacional das Artes e Ofícios de Paris entre 1968 e 1979.

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Um dos grandes problemas da indústria automóvel era como modelar a forma de um novo carro de modo que ele seja eficaz do ponto de vista aerodinâmico e bonito, claro. Uma possibilidade seria considerar diversas equações, fazer o computador desenhar as superfícies correspondentes, descartar as que não agradassem e aprimorar as que fossem promissoras. Mas não é tão simples.

Para começar, seria necessário descobrir equações razoáveis para a superfície de um carro: além de dar trabalho, tais equações seriam certamente muito complicadas. Isto era ainda mais crítico numa época em que os computadores eram incipientes: em 1964, depois de muito insistir, Bézier conseguiu que a Renault adquirisse um computador em segunda mão com incríveis oito kilobytes de memória!

Além disso, no caso em que uma equação desse um resultado promissor, não seria óbvio de que modo modificá-la para aprimorar o resultado. Em qualquer caso, era um contrassenso gastar tempo e dinheiro para encontrar e melhorar equações complexas que, francamente, não serviam para mais nada.

Seria muito melhor se o computador pudesse desenhar diferentes formas sem precisar de equações, e de um modo que elas pudessem ser facilmente ajustadas e modificadas pelo usuário, para obter resultados ainda melhores.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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