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23/11/2017

Diana Sasaki detalha pesquisa sobre coloração de grafos

A Matemática sempre fez parte da rotina de Diana Sasaki. Se na infância brincava de ensinar a bisavó a fazer contas, agora usa sua área de atuação — os problemas de coloração de grafos — para conciliar a rotina de mãe recente, pesquisadora e palestrante.

Há quatro meses, Diana viu aumentar a demanda de palestras, com a divulgação de que estava entre as sete cientistas vencedoras do Prêmio Para Mulheres na Ciência. A boa notícia chegou junto com o nascimento de seu bebê. E nada como uma especialista em resolução de situações de conflito para conseguir lidar com a organização da agenda, a fim de dar conta de tudo.

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Entre tantos eventos, a pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) aceitou o convite do IMPA para apresentar sua pesquisa em palestra especial realizada na última quarta-feira (22).

Para explicar o interesse na área de Coloração de Grafos, Diana descreveu, inicialmente, sua trajetória acadêmica, com passagens pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Alberto Luiz Coimbra, Laboratório de Ciências para a Concepção, Otimização e Produção em Grenoble e Universidade Paris-Dauphine, na França. Os encontros com renomados pesquisadores a levaram para a área, relatou.

Segundo a matemática carioca, a coloração de grafos trata de problemas de conflitos e é aplicada não só em mapas geográficos, mas em outros objetos de estudo, como o planejamento de rota de aviões nos pousos e decolagens e até na disposição de salas para que professores não sejam alocados no mesmo espaço.

Além de explicar conceitos elementares da Conjectura das Quatro Cores, Diana mostrou como seu foco de pesquisa dirigiu-se à solução da Conjectura da Coloração Total, um problema em aberto, que consiste em colorir as arestas e vértices de um grafo de forma que cores iguais não sejam atribuídas a elementos adjacentes.

A pesquisadora conta que desde o doutorado trabalha com a classe de grafos cúbicos, também conhecidos como Snarks – nome dado pelo matemático Martin Gardner, que, ao estudá-los, estava lendo o poema “The Hunting of the Sn ark”, de Lewis Carroll. O texto falava de animais difíceis de serem encontrados, apelidados de snarks.

Diana contou ainda que tem estudado o emparelhamento de grafos, campo relacionado à computação gráfica, que fala da transformação de objetos tridimensionais. Para explicar, ela apresentou a imagem de um coelho formado por estruturas de quadriláteros e outro formado por triângulos. De acordo com ela, a ideia dessa linha de estudos é analisar o quanto se ganha ou se perde na qualidade do objeto quando se faz essa transformação.

Por fim, ela falou sobre a situação crítica que os docentes da UERJ têm enfrentado com a crise financeira e o atraso de salários. Voltando de licença-maternidade, ela planeja aplicar o valor do Prêmio Para Mulheres na Ciência na compra de equipamentos para seu laboratório, a fim de dar continuidade às pesquisas, mostrando que a aplicação da teoria da resolução de conflitos sai da Matemática para entrar na vida de todos.

Para assistir a palestra completa, acesse o canal do IMPA no YouTube