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04/05/2020

Dez fascinantes livros sobre matemática para a quarentena

Em comemoração ao Dia Nacional da Matemática, celebrado nesta quarta-feira (6), o IMPA preparou uma programação virtual intensa com lives e webinar. Mas para quem prefere ocupar o tempo livre nesta quarentena lendo um bom livro preparamos uma seleção de obras para os apaixonados pela matemática. Os livros não necessariamente técnicos, mas contam histórias sobre essa ciência de um jeito divertido e inspirador. Confira:

1- A Ciência da Sorte – Adam Kucharski (Zahar)

Uma viagem às mesas de roleta de Las Vegas e pistas de corrida de cavalos de Hong Kong trazem um relato acessível e divertido da intersecção entre o mundo das apostas e a ciência. A obra conta como físicos, matemáticos, cientistas da computação e estatísticos revolucionaram os jogos de aposta. E também como o contrário aconteceu, com Fermat e Pascal usando jogos de dados para fixar as bases da teoria da probabilidade; Von Neumann e Turing encontrando inspiração no pôquer e por aí vai.  Uma interessante análise sobre como a busca pela aposta perfeita tem influenciado campos distintos como teoria do caos, psicologia comportamental e inteligência artificial.

2 – Topologia Geométrica para Inquietos – Ton marar (EDUSP)

O autor nos ensina a desenvolver sensibilidade para enxergar certos objetos tridimensionais sem borda, chamados de hipersuperfícies. O primeiro capítulo contém uma reflexão sobre os modelos matemáticos, ferramentas através das quais a matemática abstrata pode ser usada na interpretação de fenômenos e na solução de problemas. Com uma mistura curiosa de matemática e fé, a obra também descreve como teorias platônicas e keplerianas procuram explicar o cosmos.

3 – Desbravadores da Matemática – Ian Stewart (Zahar)

Apesar dos seus componentes místicos, a matemática é feita por mentes humanas, que com originalidade e perseverança, fazem descobertas revolucionárias ao longo da história. Nesta obra, um dos mais renomados matemáticos contemporâneos apresenta a vida e obra de 25 grandes nomes desta ciência, homens e mulheres, pioneiros em seus campos de estudo. São gigantes como Isaac Newton, Carl Friedrich Gauss, Henri Poincaré, Ada Lovelace, Alan Turing, entre outros.

4 – O cérebro do matemático – David Ruelle (Gradiva)

Os matemáticos mais bem-sucedidos do mundo foram brilhantes por serem excêntricos, ou foram-no apesar de o serem? Está é a pergunta fundamental lançada por Ruelle na obra. De uma forma intrigante e divertida, o autor expõe as excentricidades, tragédias pessoais, comportamentos bizarros, acessos de loucura, fins trágicos e assombrosas descobertas dos maiores nomes desta ciência. Mais do que uma lista de curiosidades destes personagens, o livro explora as questões filosóficas das ideias matemáticas, usando este enquadramento para pensar o significado das coisas, a beleza e a natureza da realidade.

5 – Os elementos de Euclides – David Berlinski (Zahar)

Obra máxima de Euclides de Alexandria, “Os elementos” ocupa o centro dos estudos em geometria há mais de dois mil anos. Neste livro, o autor lança luz sobre os diferentes aspectos da geometria euclidiana, que descreve um sistema de formas e espaços poderoso, feito por linhas retas, círculos, quadrados, triângulos até números, proporções e teoria da magnitude. Misturando matemática, história e filosofia, a obra é não só uma uma narrativa sobre Euclides, mas também uma celebração ao poder das ideias.

6 – Flatland, o país plano – Edwin A. Abbott (Gradiva)

Imagina habitar um país onde só haja duas dimensões? É assim que vivem os personagens deste clássico de 1884. Habitado por uma sociedade hierárquica de figuras geométricas regulares, o romance tem como protagonista um quadrado que um dia sonha com um mundo de uma dimensão habitado por pontos, e passa a tentar convencer os outros habitantes da existência de uma segunda dimensão. Ao imaginar o contato entre seres de diferentes dimensões, a aventura explora a analogia entre as limitações dos humanos. Sucesso da literatura a obra ganhou adaptações para o cinema.

7 – Número: A linguagem da ciência – Tobias Dantzig (Zahar)

Se você é curioso para conhecer a história dos números, desde a pré-história até o século XX, este é o livro para você. Com uma narrativa acessível e objetiva, Dantzig fala do desenvolvimento dos conceitos da área, desde os números negativos e frações, até temas mais complexos, como a ideia de infinito. Aspectos que estimularam a construção da matemática ao longo dos séculos como trocas comerciais, guerras e até mesmo religiões.

8 – História da Matemática – Tatiana Roque (Companhia das Letras)

Primeiro livro brasileiro de história geral da matemática, a obra  apresenta um ponto de vista crítico em relação a como esta trajetória vem sendo contada até então. A autora desmistifica algumas lendas que contribuem para “visão idealizadora” da matemática, como a ideia de que ela é essencialmente abstrata e teórica, com uma estrutura rígida. Ao abordar sistemas matemáticos desenvolvidos desde a Mesopotâmia até o século XIX – passando pelo Egito antigo, a Grécia clássica, a Idade Média, a chamada Revolução Científica e os debates do século XVIII – o livro mostra que diferentes práticas matemáticas sempre coexistiram, apresentando soluções diversas para problemas semelhantes.

9 – O Homem Que Calculava – Malba Tahan (heterônimo de Julio César de Mello Souza) (Record)

Um clássico é um clássico, e este não podia ficar de fora desta lista. Frequentemente citado por pesquisadores e alunos do IMPA como o livro que fez despontar o interesse na matemática na infância, a obra narra a história do persa Beremiz Samir na Bagdá do século XIII. Em suas viagens pelo mundo islâmico medieval, ele resolve diversos problemas e quebra-cabeças matemáticos. Uma ótima e divertida maneira de aprender a lógica matemática e outras curiosidades. O livro ficou tão famoso que o Dia Nacional da Matemática (6 de maio) é na data de nascimento do autor Julio César de Mello Souza, imortalizado como Malba Tahan.

10 – Alex no País dos Números – Alex Bellos (Companhia das Letras)

Com uma linguagem leve e agradável, a obra narra as peripécias do autor, graduado em matemática e filosofia, no universo dos números, mostrando que o ensino da matemática não precisa ser enfadonho. Viajando entre diferentes línguas e culturas, o autor investiga as fascinantes propriedades do jogo de Sudoku; conversa com um pesquisador francês especializado no raciocínio quantitativo de tribos indígenas da Amazônia; interage com um guru indiano responsável pelo legado do mítico criador do zero entre outras façanhas. Sem abandonar o rigor técnico, o autor desconstrói preconceitos matemáticos, mostrando que ela pode ser uma fonte inesgotável de entretenimento.