Navegar

07/10/2022

Da Literatura à Exatas: doutorando defende tese dia 10

Primeiro veio a paixão pela Literatura. Depois, pela Matemática. Foi graças a um professor do terceiro ano do Ensino Médio que o estudante de doutorado, Daniel da Silva Nunes, 36, descobriu o amor pela ciência. Atento às facilidades do aluno, o educador conseguiu apresentar, na ocasião, uma disciplina que ia além da sala de aula.

A iniciativa foi decisiva na formação do doutorando, que, nesta segunda-feira (10), às 15h30, defende a tese “Economia dinâmica com preferências baseadas em quantis e operadores gerais para agregadores aditivos”, sob orientação do pesquisador do IMPA Aloisio Araújo.

Daniel explica que seu estudo está relacionado à tomada de decisões: “O trabalho foca em formas de decisões, por exemplo: você recebe seu salário todo mês e precisa escolher quanto consumir, quanto poupar. Isso em economia é, majoritariamente, feito através de uma forma de decidir chamada ‘utilidade esperada’, pois em economia lidamos com incertezas. Neste trabalho, usamos formas alternativas de lidar com incertezas, primeiramente, através de quantis, e em seguida com operadores mais gerais”.

Leia Mais: Viana fala sobre probabilidade em sua coluna na Folha
Prêmio IMPA prorroga inscrições até 11 de outubro
Com mais de 14 mil visitantes, Festival é destaque na imprensa

Auditor fiscal da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro, Daniel conta que a motivação para o doutorado partiu de uma “necessidade de preenchimento intelectual”, já que, após se formar em Matemática pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e se tornar servidor público, acabou se afastando da área. Sete anos separaram a graduação do mestrado e do doutorado.

“Comecei a sentir que o trabalho em si não era o bastante. Voltei a estudar depois desse tempo para preencher esse vazio intelectual que sentia, escrever artigos científicos e pensar em novas possibilidades”, diz. 

Entre os planos para o futuro está aumentar a produção de conteúdo para um canal criado no Youtube durante a pandemia. Através do “Tem Ciência”, o doutorando pretende ajudar a difundir os conhecimentos matemáticos e, quem sabe, influenciar jovens a descobrir o amor pela ciência.  

“Talvez a missão maior do professor não seja ensinar, mas sim inspirar, e foi isso que aconteceu comigo. O que meu professor fez foi dar o pontapé inicial. Se não fosse por ele, eu teria seguido outra carreira”, afirma.

Leia também: Futuras cientistas expande atuação no Brasil em 2023