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11/03/2022

Cesar Poma apresenta tese sobre fibrações por curvas

 

Desde o início da sua trajetória escolar até a graduação no Peru, Cesar Augusto Hilario Poma tinha bastante interesse por matemática, mas não pensava em seguir carreira na área. Foi só enquanto cursava engenharia eletrônica na Universidade Nacional de Engenharia, em Lima, que ele decidiu mudar de rumo. Na próxima segunda-feira (14), Poma apresenta a tese de doutorado “Fibrações por curvas singulares de gênero aritmético três em característica dois”. Orientado pelo pesquisador Karl-Otto Sthör, a apresentação será transmitida, às 13h, pelo YouTube do IMPA.

“Embora na escola eu fosse bom em matemática, nunca cheguei a considerá-la como uma carreira no futuro, talvez devido à desinformação. Era uma matéria divertida e competitiva, mas eu não conhecia o aspecto formal dela e nem sabia que era possível ganhar a vida como matemático”, explicou o doutorando. 

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Ele começou a se interessar pelo assunto nas aulas durante a graduação em engenharia. “Na faculdade de engenharia, a gente aprende principalmente a usar a matemática como uma ferramenta, mas ela não é, em si, o objeto de estudo. Eu ficava me perguntando por que, por exemplo, quando a gente calcula uma integral dupla ou tripla a ordem de integração pode ser trocada, mas esse tipo de questões não era relevante no curso”.

Poma está no IMPA desde 2016 quando começou o mestrado. Ele conheceu o instituto na graduação e na sequência decidiu fazer o Curso de Verão. “Na minha universidade, a gente usava os livros do projeto Euclides do IMPA, especialmente o livro de Análise Real do Elon Lages Lima, que era famoso por lá. Além disso, vários professores fizeram doutorado ou tinham alguma relação com o IMPA”, contou.

O doutorando descobriu o interesse por geometria algébrica e acabou se aproximando do estudo sobre fibrações por curvas. “Para ter uma ideia intuitiva, pode-se pensar em um objeto matemático como uma reta real. Sobre cada ponto desse objeto tem uma curva e todas essas curvas são compatíveis. Quando a gente trabalha sobre o corpo dos números reais ou complexos, a maioria dessas curvas é lisa. Mas a situação muda se trabalharmos num contexto mais abstrato: sobre corpos de característica positiva. Nesse contexto é possível que a maioria das curvas não sejam lisas”, explicou.

Nos momentos de folga, Poma costuma aproveitar atividades ao ar livre ou ir ao cinema. Mas boa parte do tempo é dedicado à área de interesse. “Na escola, a matemática era aquela matéria divertida que sempre trazia questões desafiadoras. Já na universidade, a matemática adquiriu uma beleza que não imaginava. Acho que se assemelha a um quebra-cabeças: um conjunto de peças que se encaixa muito bem. A matemática também é poesia: eu já vi demonstrações que são belas pela sua simplicidade. E ela me deu muitas coisas na vida. Conheci muitas pessoas e muitas culturas graças a ela”, concluiu.

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