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24/07/2020

Brasileiras participam do Women in Algebraic Geometry

As pesquisadoras Carolina Araujo, Cecília Salgado e Aline Zanardini

Pesquisadoras de geometria algébrica, de diferentes partes do mundo, vão começar a próxima semana imersas em um workshop virtual para desvendar problemas da área. O Women in Algebraic Geometry, do Instituto de Pesquisa Computacional e Experimental em Matemática (ICERM, na sigla em inglês), pretende expandir as fronteiras da área e fortalecer a comunidade de mulheres matemáticas. Três brasileiras participam do evento, Carolina Araujo, do IMPA, Cecília Salgado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Aline Zanardini, doutoranda pela Universidade da Pensilvânia. 

Inicialmente programado para acontecer nos Estados Unidos, o encontro precisou ser remodelado ao formato on-line por conta da pandemia do novo coronavírus, mas manteve a divisão do trabalho. A ideia é que, de 27 a 31 de julho, pesquisadoras seniores orientem quem está nos anos finais do doutorado ou doutoras recém-formadas, explica Carolina. 

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“Nós, como líderes das equipes, fizemos as propostas de trabalho e as participantes escolheram os temas. O comitê organizador fez esse ‘match’, formando os grupos de pesquisa, que têm de quatro a seis pessoas”, detalha a pesquisadora do IMPA. Ela vai liderar o grupo que reúne pesquisadoras dos Estados Unidos, Rússia e Índia, junto a professoras do Irã e da Romênia. 

As pesquisadoras vão se dedicar a questões dos espaços de módulos e combinatória, degenerações e geometria birracional. Outros projetos propostos envolvem também experimentação e computação, o que vai contribuir para o aperfeiçoamento em matemática computacional. 

“Mesmo sendo líder, você aprende porque vai estar em contato com pessoas que estudaram coisas diferentes. A construção de redes formadas por mulheres, que são mais novas na matemática, é importante para ver que tem espaço para todas, e que não é um mundo dominado por homens, como já foi”, destaca Cecília. “O convite para liderar um grupo te dá a possibilidade de compartilhar a sua agenda de pesquisa, dando visibilidade ao seu trabalho.” 

Aline é uma das integrantes do grupo que vai focar o trabalho em pesquisa sobre as superfícies K3. “No doutorado, estudo certos objetos geométricos que estão relacionados a algumas dessas superfícies e gostaria de explorar essa relação em projetos futuros. O workshop é uma ótima oportunidade de aprender com pesquisadoras que são especialistas no assunto.”

Além de contribuir para inserir mulheres matemáticas no campo da geometria algébrica, “espera-se que o workshop seja ponto de partida para se desenvolver novas colaborações acadêmicas em um futuro próximo”, destaca Carolina. O Women in Algebraic Geometry tem organização das pesquisadoras Antonella Grassi, da Universidade da Pensilvânia; Julie Rana, da Universidade Lawrence; Isabel Vogt, da Universidade Stanford, e Melody Chan e Rohini Ramadas, ambas da Universidade de Brown.

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