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24/02/2023

Tese de Jennifer Sorio avalia impacto da vacina contra covid


Vinda da Costa Rica focada em se tornar aluna do IMPA, Jennifer de Los Angeles Loría Sorio, 31 anos, apresenta nesta segunda-feira (27), às 12h, a tese de doutorado “Modelos Epidemiológicos: Extensões, Aplicações e Calibração”. A defesa será transmitida pelo YouTube e poderá ser
acompanhada neste link.

Sob orientação do pesquisador Jorge Passamani Zubelli (Universidade de Khalifa/IMPA) e co-orientação de Vinicius Albani (UFSC), a costa-riquenha explica que integrou uma equipe dedicada ao desenvolvimento de uma generalização de modelos epidemiológicos para doenças infecciosas que consideram o parâmetro de transmissão em função do tempo. 

“Isso possibilita, por exemplo, acomodar melhor o surgimento de variantes novas de um dado patógeno e uma melhor aderência das projeções do modelo aos dados. Além disso, essa modelagem também permite que o modelo forneça previsões mais realistas, possibilitando uma ampla gama de aplicações, como avaliar cenários de vacinação ou estimar a subnotificação de infecções”, explicou Jennifer. 

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A conclusão do doutorado no IMPA é um dos sonhos realizados pela estudante que, em março, volta para casa para assumir uma vaga de pesquisadora na Universidade da Costa Rica. 

No Rio de Janeiro desde 2015, Jennifer conta que sempre teve vontade de conhecer o Brasil. Ela descobriu o IMPA quando começou a estudar matemática e durante uma olimpíada universitária foi apresentada ao pesquisador do instituto, Carlos Gustavo Moreira, mais conhecido como Gugu. O professor foi o responsável por despertar a vontade de Jennifer estudar no IMPA. 

“Sempre fui apaixonada pelo Brasil e quando comecei a estudar matemática, escutei o Gugu falando sobre o trabalho dele no IMPA. Fiquei animada em vir logo e me inscrevi para um Curso de Verão, em 2014. Sabia que se fizesse um bom curso, conseguiria aplicar para o mestrado no ano seguinte. Recebi apoio da minha família. Todos fizeram uma ‘vaquinha’ para pagar minha passagem”, contou a costa-riquenha, que concluiu no IMPA dois Cursos de Verão, o mestrado e, em breve, o doutorado. 

Durante oito anos, Jennifer não construiu somente uma vida acadêmica: foi no IMPA que ela encontrou seu companheiro, também estudante do instituto, e hoje, pai da sua filha Fátima, de 9 meses, que nasceu durante a pesquisa de doutorado. Os três viajam para a Costa Rica no próximo mês.

“Eu sou muito grata ao Brasil, grata ao SUS [Sistema Único de Saúde]. Fizeram todo meu pré-natal, me trataram muito bem, fiz o parto na maternidade da UFRJ e foi tudo ótimo. Vou amar o Brasil por toda minha vida e quero voltar sempre que possível, quero que a minha filha venha visitar o país dela, que incorpore a cultura daqui, e do pai também, que é de Senegal”, conta a doutoranda. 

Jennifer e a família vão morar na cidade de San José, na Costa Rica. O retorno para casa será acompanhado da saudade das praias, dos jantares com os amigos, dos bares da Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, onde mora, das noites pela Lapa, e do carnaval carioca, é claro!

“Era um sonho morar no Brasil. Fui bem recebida aqui, as pessoas são muito gentis, fiz amigos, comecei um relacionamento. Vou levar um pedaço do Brasil comigo”. 

Talvez Jennifer não sinta saudade apenas de um hábito brasileiro: o café da manhã. Aos risos e com muito bom humor, a costa-riquenha conta que foi um choque se deparar com o hábito de comer um pão e tomar um café ao acordar.

“Fiquei chocada com o café da manhã aqui. Achava muito pequeno. Na Costa Rica, comemos Gallo Pinto, um prato grande que leva arroz, feijão, ovo e outras coisas. Era maior, mas agora acho até bom não iniciar o dia com tanta comida, incorporei o café da manhã brasileiro”, concluiu animada. 

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