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12/07/2024

Francisco Ganacim é o novo cientista de projetos do IMPA

Doutor e mestre pelo IMPA, o paranaense Francisco Ganacim retornou ao instituto, após oito anos, para assumir uma vaga de cientista de projetos do Centro Pi (Centro de Projetos e Inovação IMPA). 

Pós-graduado em computação gráfica no Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA), o matemático chegou ao instituto em fevereiro deste ano e atualmente se dedica à preparação de um novo curso, na área de inteligência artificial, para ser oferecido no IMPA em 2025. Além disso, Ganacim está dedicado a um projeto que visa o desenvolvimento de um algoritmo capaz de automatizar a detecção de desmatamento na Floresta Amazônica, através do uso de tecnologia de redes neurais. O trabalho é realizado em parceria com a ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que analisou imagens com e sem desmatamento, obtidas do Projeto Copernicus através do Google, para treinamento dos modelos.

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No centro Pi tentamos sempre conciliar a pesquisa aplicada às necessidades dos nossos parceiros com a pesquisa de impacto nas áreas relacionadas aos projetos. Além da entrega dos resultados, que em geral são algoritmos, buscamos também publicar artigos em boas revistas científicas e/ou conferências. Além disso, estamos prospectando novos projetos, sempre pesquisando na área de inteligência artificial. Acho que todas as pesquisas do Centro Pi têm um denominador comum que é o machine learning e o deep learning, que é uma versão mais atual, ou seja, envolve modelos maiores e mais profundos. É uma área que se desenvolve muito rápido e estamos sempre trabalhando em novas ferramentas”, explicou. 

Natural de Curitiba (PR), Ganacim concluiu o doutorado em 2015 e logo em seguida assumiu um cargo de professor na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), onde permaneceu por oito anos. Na instituição, ele teve a oportunidade de desenvolver importantes projetos aplicados para a indústria. Com a Copel (Companhia Paranaense de Energia), o matemático trabalhou na automatização do processo de inspeção termográfica de subestações de distribuição de energia elétrica. Para a Petrobras, ele empreendeu técnicas de aprendizado de máquina e aprendizado estatístico à análise de dados sísmicos. O pesquisador também atuou em um grande projeto de física de partículas, o Dune – programa que estuda as interações de neutrinos. Para Ganacim, a participação nos projetos aplicados foi determinante para ele migrar de vez da docência para a matemática aplicada.  Segundo ele, a experiência adquirida no Visgraf, durante o mestrado e o doutorado, foi fundamental para o desenvolvimento dos projetos na UTFPR e para o retorno dele ao IMPA. 

“Na minha época no Visgraf, trabalhava muito com GPUs e meu doutorado tinha relação com programação paralela, que é a base de hoje para treinar modelos de inteligência artificial e machine learning. Se não tivesse essa experiência do Visgraf, dificilmente teria concluído trabalhos anteriores de matemática aplicada e chegado hoje ao Centro Pi”, avalia. 

Antes de retornar ao Jardim Botânico, o matemático integrou ainda por um ano a equipe do Tecgraf da PUC-Rio, um instituto que desenvolve sistemas computacionais técnico-científicos para responder aos desafios tecnológicos do setor industrial. 

Graduado em matemática pela Universidade do Paraná (UFPR), Ganacim concluiu o doutorado no IMPA em 2015 com a pesquisa A fully-parallel pipeline for high-quality rendering of vector graphics illustrations” e o mestrado com o título “Visualização de Superfícies Implícitas com Traçado de Raios na GPU”. Os trabalhos contaram com a orientação dos pesquisadores do IMPA Diego Fernandes Nehab e Luiz Henrique de Figueiredo, respectivamente.