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23/10/2019

Visgraf participa de mostra sobre Leonardo da Vinci

Carla Russo

O enigmático sorriso de Mona Lisa encanta e intriga há séculos. Imagina ver o rosto da pintura histórica mover lentamente ou observar a musa de Leonardo da Vinci (1452 – 1519) se transformar em um sapo. O Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA) fez essas e outras simulações que poderão ser vistas em um vídeo na exposição “Alma do Mundo – Leonardo 500 anos”, que começa nesta quinta-feira (24), na Biblioteca Nacional, no Centro do Rio.

Com curadoria de Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras e estudioso da obra de Da Vinci, a mostra levará ao público cerca de 70 obras do acervo da Biblioteca Nacional relacionadas ao italiano que era matemático, cientista, inventor, pintor, escultor, arquiteto e uma das figuras mais importantes do Renascimento. Como a obra de Leonardo da Vinci abrange várias áreas, Lucchesi buscou matemáticos e cientistas para compor a exposição e assim chegou ao IMPA.

“Leonardo da Vinci é um gênio completo. Tem todos os aspectos de uma maneira integrada e isso é uma característica do Renascimento. Ele é o ícone do Renascimento. Não era só um artista, era um cientista e uma pessoa preocupada com as humanidades”, analisa Luiz Velho, pesquisador líder do Visgraf.

Luiz Velho mostrou para Lucchesi alguns trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Computação Gráfica do IMPA por pesquisadores e alunos que de alguma forma conversavam com a obra de Leonardo da Vinci. Juntos, Lucchesi e Velho escolheram dois trabalhos de simulação de fluidos que fazem manipulação, distorção de imagens e aproximam a matemática da arte.

“Houve uma feliz coincidência. O Visgraf tem um identidade muito forte com o espírito do Leonardo da Vinci de integrar diferentes áreas. Não foi difícil encontrar esta conexão. A gente faz ciência aqui do jeito que o Leonardo fazia”, explicou Velho, que montou o vídeo da exposição com os trabalhos de Dalia Bonila, Leonardo Carvalho e Maria Andrade.

Mona Lisa em processo de metamorfose no trabalho de Dalia Bonila para o doutorado no IMPA

Além do IMPA, outras instituições como Museu de Ciência e de Vida da Universidade Federal do Espírito Santo e o Instituto Fractarte, de São Paulo, também contribuíram com a exposição. “Queremos mostrar Da Vinci e o Renascimento não como um recorte do passado, mas como uma visão de futuro. Essa dissociação entre o campo das artes e da ciência é relativamente recente na História, e vemos hoje como os conhecimentos voltam a ser híbridos”, afirmou Lucchesi em entrevista ao Jornal O Globo

Entre as peças do acervo da Biblioteca Nacional, um dos destaques é uma rara edição de “Divina proportione”, livro do frade e matemático Luca Pacioli (1447-1517), impresso no início do século XVI, que conta com 60 ilustrações de poliedros feitas por Leonardo da Vinci. A publicação será exposta junto a outros itens do setor de obras raras, que chegaram ao Rio em 1808, trazidas por D. João VI com a Biblioteca Real. Um exemplo é uma água-forte de Raphael Morghen com a imagem de “A última ceia”, datada de 1800.

Serviço:

Exposição: “Alma do Mundo – Leonardo 500 anos”

Abertura: 24 de outubro

Local: Biblioteca Nacional – Rua México s/n, Centro, Rio de Janeiro/RJ

Visitas: Segunda-feira (12h às 17h), terça-feira a sexta-feira (10h às 17h) e sábados (10h30h às 14h30)