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25/11/2021

OBMEP envolve professores universitários no ensino básico

Artigo publicado no blog Ciência & Matemática do jornal O Globo, coordenado pelo diretor-adjunto do IMPA, Claudio Landim.

Com 18 milhões de participantes, OBMEP envolve professores universitários no ensino básico

Claudio Landim, diretor-adjunto do IMPA e coordenador-geral da OBMEP

No dia 6 de novembro, encerrou-se a 16ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Apesar das incertezas decorrentes da pandemia, participaram este ano um pouco menos de 18 milhões de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental (11 anos de idade) ao 3º ano do Ensino Médio (17 anos). É um número equivalente a quase seis vezes o número de inscritos no Enem, 3,1 milhões, cuja primeira prova foi aplicada neste domingo (21).PUBLICIDADE

O Brasil é uma nação de contrastes.

Por um lado, o país foi admitido, em 2018, no seleto Grupo 5 da União Internacional de Matemática (IMU), que reúne as principais lideranças do mundo nesta área. Além do Brasil, nele se encontram, em ordem alfabética, Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia.

Por outro lado, de acordo com o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os alunos brasileiros apresentam desempenho bem abaixo da média dos alunos da OCDE. Em 2018, a pontuação dos alunos brasileiros em matemática era de 384, significativamente abaixo da média da OCDE (489). A mesma diferença é observada em ciências (404 contra 489) e em leitura (413 contra 487). 

Mais grave ainda: o desempenho em matemática (384) coloca os estudantes brasileiros atrás da maioria dos países latino-americanos (Chile 417, Uruguai 418, México 409, Costa Rica 402, Colômbia 391, Peru 400) e logo à frente da Argentina (379). Uma análise mais detalhada revela uma disparidade regional e uma grande variação por dependência administrativa. Em 2018, a pontuação média no PISA em matemática na região Nordeste era de 363, em contraste com 401 na região Sul. A pontuação no PISA das escolas municipais foi de 314; 374 nas escolas estaduais; 469 nas federais e 473 nas privadas. No Brasil, há claramente uma relação entre o status socioeconômico e os resultados do PISA.

Como a prova da OBMEP não mede conhecimento em matemática, mas a criatividade, a capacidade de abstração e raciocínio, a olimpíada revela todos os anos alunos com talento para ciências exatas. No ano seguinte, os 7.475 medalhistas recebem uma bolsa do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) para participar de um programa de formação que ensina matemática através da resolução de problemas e estimula os alunos a prosseguirem seus estudos em uma universidade. Muitos deles se tornam assim o primeiro membro da família a ingressar em uma universidade.

Leia o artigo completo no blog Ciência e Matemática