Na Folha, Viana conta a história dos símbolos matemáticos
Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo
Alguns símbolos matemáticos, como a raiz quadrada (√) e o infinito (∞), parecem exóticos e, desconfio, um pouco assustadores. Já outros tornaram-se tão familiares quanto as letras do alfabeto latino (A a Z) ou os algarismos (0 a 9) da numeração hindu-árabe.
É o caso, por exemplo, dos sinais de adição (+) e subtração (–) , ou ainda do mais importante de todos, o sinal de igualdade (=). No entanto, esses símbolos são invenções recentes, muito mais recentes do que as letras latinas, que remontam ao século 6 a.C., ou os algarismos, criados no século 5 d.C..
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O símbolo = foi usado pela primeira vez em 1557 pelo matemático e médico galês Robert Recorde (1510–1558). No livro “The Whetstone of Witte” (a pedra de afiar de Witte), em que trata de diversas questões sobre números inteiros, frações e números irracionais, ele explica de modo convincente. “E para evitar a repetição tediosa das palavras ‘é igual a‘ eu usarei, como costumo fazer no meu trabalho, duas paralelas com o mesmo comprimento, ou seja =, pois não existem duas coisas que sejam mais iguais”.
Na verdade, as paralelas de Recorde eram bem mais longas, mas, com o passar do tempo, o símbolo foi sendo encurtado. Não que ele tenha sido adotado imediatamente: em pleno século 18 ainda era comum encontrar os sinais ║ ou æ (inicial de æqualis, “igual” em latim) para significar igualdade. Mas a escolha de Robert Recorde acabou prevalecendo, em grande parte por ter sido adotada por Newton e Leibniz.
No século 15, era mais comum usar a letra p (de plus, “mais” em latim) ou a palavra et (“e” em latim) para representar a adição: o sinal + foi uma evolução desta última, à medida que o “e” foi sendo omitido, restando apenas o “t”. Já o sinal – é uma deformação da letra m, inicial de minus, “menos” em latim.
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