Navegar

08/09/2017

Matemáticos ajudaram a ganhar a batalha do Atlântico

Detesto
admitir, mas matemáticos não costumam ser pop. Atores, esportistas, cantores, líderes religiosos, até alguns políticos o são, mas, para os matemáticos, é muito mais difícil que se tornem conhecidos e apreciados pelo grande público. No entanto, há exceções.

As crianças francesas do início do século 20 colecionavam figurinhas de celebridades da época, entre as quais Henri Poincaré. Vinham nas caixas de chocolate Guérin-Boutron e o grande matemático era a figurinha 469. É comovente imaginar as negociações ansiosas no recreio da escola: “Você tem o Poincaré? Dou o almirante Makaroff e dois reis da Inglaterra pelo Poincaré!”. É difícil conceber isso nestes nossos dias de Neymar e Cristiano Ronaldo.

Os outros exemplos que vêm à mente são figuras cuja trajetória de vida foi marcada pela tragédia. O genial matemático indiano Ramanujan (1887-1920), protagonista do filme “O Homem que viu o Infinito”, morto aos 32 anos na sequência de problemas de saúde que o perseguiram durante toda a vida e que estavam muito ligados à pobreza.

Outro é o americano John Nash (1928-2015), matemático, economista, pioneiro da teoria dos jogos e celebrizado pelo filme de grande circulação “Uma Mente Brilhante”. A pesquisa notável, o drama da loucura, a incrível cura, e o trágico acidente que causou a sua morte e de sua esposa. Tudo compõe uma história além do que a ficção poderia ter concebido.

Na época do filme, o jornal “Corriere della Sera” perguntou a um colega italiano se a matemática poderia ter contribuído para a loucura de Nash, ao que ele respondeu que sim. Quando questionei se ele acreditava mesmo nisso, o colega matemático respondeu: “Claro que não. Mas o jornalista acreditava e ficaria desapontado se eu respondesse outra coisa.”

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloviana/2017/09/1916561-matematicos-ajudaram-a-ganhar-a-batalha-do-atlantico.shtml 

A Folha permite que cada leitor tenha acesso a dez textos por mês mesmo sem ser assinante.