José Eduardo Ayres apresenta tese sobre sistemas dinâmicos

O interesse pelos números e o raciocínio lógico surgiram cedo na vida do doutorando José Eduardo Ayres. Nascido e criado em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ele decidiu nos primeiros anos da escola que seguiria uma carreira na área de exatas. No dia 19/01, Ayres apresenta a tese de doutorado “Métodos numéricos intervalares para sistemas dinâmicos no plano”. Orientado pelo pesquisador Luiz Henrique Figueiredo, a apresentação do trabalho, às 9h, será transmitida pelo YouTube do IMPA.

A tese contribuiu para desenvolver técnicas confiáveis para encontrar pontos fixos de sistemas dinâmicos. “Os computadores não têm a capacidade de representar exatamente os números. Sofremos de diversos problemas, dentre eles, o chamado erro de arredondamento. Dependendo da aplicação, esse erro pode ser acumulado milhares de vezes e gerar problemas como números completamente diferentes do resultado esperado.

Aqui trabalhamos em uma área chamada análise intervalar, que engloba técnicas numéricas confiáveis, onde temos garantias matemáticas dos resultados finais gerados, essas garantias são provenientes de pequenos enclausuramentos aos números computacionais imprecisos”, explica o doutorando.

José Eduardo Ayres é engenheiro de computação e mestre em modelagem computacional pela UERJ, onde se interessou por inteligência artificial e ciência de dados. Ele diz que sempre teve facilidade em matemática, além de um bom raciocínio lógico. “Escolher esse caminho foi um processo natural. Apesar de estar na escola pública, tive o privilégio de contar com professores ótimos professores de matemática que realmente se importavam com o aprendizado.”, destaca ele.

Aluno do IMPA há 5 anos, o doutorando conheceu o instituto durante o mestrado, quando fez uma apresentação de resultados em um seminário do Laboratório de Computação Gráfica do IMPA, o Visgraf. “Um dos grandes diferenciais do IMPA para mim é a conexão entre as pessoas, principalmente dentro do Visgraf. Temos um grupo de professores, como meu orientador Luiz Henrique de Figueiredo, Diego Nehab, Luiz Velho, muito prestigiados no meio acadêmico e que se esforçam para ter um laboratório com pesquisa de ponta, o que é difícil com a falta de recursos públicos atual. Acaba se formando uma espécie de segunda família com os colegas do Visgraf, é realmente um ambiente ímpar”, acrescenta.

Com a conclusão desta etapa, o engenheiro pretende continuar atuando no meio empresarial, como consultor em ciência de dados, utilizando a matemática como principal ferramenta de trabalho. “Já passei por óleo e gás, agricultura, telecomunicações, bancos e varejo desenvolvendo modelos de machine learning que geram muito valor para os clientes. No fim, é a matemática ajudando a indústria a tomar decisões guiadas por matemática, computação e dados”, conclui Ayres.