IMPA recebe alunos de escolas públicas e privadas
“Achei muito divertido, tem muitas coisas legais que nos ajudam a aprender”. Esse foi o resumo da experiência da estudante Maria Eduarda, de 14 anos, ao participar, nesta terça-feira (13), do IMPA Portas Abertas. Mais de 200 alunos, professores de escolas públicas e privadas e visitantes estiveram na sede do IMPA, no Horto, para uma programação com palestras, atividades e uma exposição sobre a matemática Maryam Mirzakhani, primeira mulher a conquistar a Medalha Fields.
Ao dar as boas-vindas, o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, destacou a importância de olhar a matemática de uma forma diferente da aprendida em sala de aula e de maneira mais lúdica.
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“Essa é uma das iniciativas mais agradáveis que temos aqui para aproximar a matemática e o instituto da sociedade, em particular das escolas e dos alunos, a experiência é maravilhosa. Infelizmente, não pudemos realizar durante o período da pandemia, mas esse ano voltamos com toda força e está sendo ótimo receber as escolas e essa garotada com os olhos brilhando ao encontrarem a matemática de um ângulo um pouco diferente daquele que eles conhecem na sala de aula”, destacou o diretor-geral.
Viana também contou que futuramente espera ver os alunos em cursos oferecidos pelo instituto. Já a pesquisadora do IMPA Carolina Araujo deu uma palestra sobre ‘Geometria Algébrica’. E apresentou alguns conceitos sobre Lei de Kepler, Teoria dos Números e a relação da geometria com a álgebra.
“Ficamos tão acostumados com o nosso trabalho científico e de repente falar com o público geral é bastante desafiador. Fui surpreendida por algumas perguntas, mas é muito estimulante ter esse diálogo com a sociedade. Também fico feliz de ver meninas perguntando e participando, isso mostra que estamos contribuindo com um ambiente acolhedor para que todos e todas possam se expressar”, ressaltou.
O cientista de projetos Lucas Nissenbaum apresentou a palestra “Que filme assistir agora?” e mostrou aos alunos como a matemática também está aplicada no cotidiano, até mesmo na hora de escolher um filme para assistir. Ele explicou um pouco do funcionamento do aprendizado de máquinas para a recomendação de filmes.
“Na escola sempre tivemos a impressão que a matemática é resolver problemas numéricos interessantes, mas também tem coisas que vemos no nosso dia a dia que claramente são problemas matemáticos. Quem nunca ficou parado olhando para televisão para escolher um filme para ver? Temos essa questão de escolher o que ver e isso é um problema matemático. O que eu quero trazer é como podemos representar e resolver esse problema com a matemática. É importante vermos que a matemática está em todos os lugares.”
Além das palestras, o evento também contou oficinas conduzidas pelos professores Letícia Rangel, Sílvia Nunes e Wanderley Moura e pelas integrantes do projeto Meninas Olímpicas do IMPA (MOI), que busca estimular a participação de meninas no campo das exatas para aumentar a presença feminina em áreas como matemática, física e computação.
Instrutora do MOI Kathleen Oliveira, de 26 anos, apresentou a oficina do Teorema das Quatros Cores, que se baseia em determinar o número mínimo de cores necessárias para colorir um mapa, imaginário ou real, de forma que países com fronteira comum tenham cores diferentes. “As crianças se divertem bastante e apesar de quebrarem um pouco a cabeça para conseguirem fazer. Mas é mais fácil do que fazer uma conta ou equação para chegar ao resultado”.
A aluna Maria Eduarda Teixeira, 17 anos, do CEL Intercultural School, contou que se surpreendeu com a visita. “Foi tudo muito legal e interativo. Quando pensamos em matemática, pensamos em algo arcaico, rígido e aqui conhecemos algo diferente.”
Professora de matemática da Escola Charles Anderson Weaver, na Zona Norte do Rio, Adriana Lopes destacou a importância de projetos como esse para mostrar uma forma mais prática de usar a matemática. “Na sala de aula, tentamos desenvolver atividades e habilidades de forma mais cotidiana e prática, mas não conseguimos passar o tanto de coisas que eles aprenderam aqui. Hoje, uma aluna me falou que os alunos deveriam aprender matemática só assim. Eles desenvolvem o raciocínio lógico e a matemática abre nossa mente”.
Já o professor de física do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) de Volta Redonda Jean Michel Pereira contou que a decisão de participar do programa partiu dos estudantes. Bruno Rocha, 18 anos, foi um dos alunos que tomou a iniciativa de inscrever o colégio para o evento. “Falamos com a escola sobre o transporte para vir para cá e nos inscrevemos. As palestras foram muito interessantes e também aproveitei bastante as oficinas.”
Arthur Roque, 18 anos, também é aluno do IFRJ e quando soube da ideia de conhecer o instituto, se interessou logo. “Achei muito legal vir aqui ver as palestras e participar das oficinas. A proposta de sair da sala e ter um material que proporciona uma visão diferente do que é a matemática é bem mais interessante”.
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