Impa celebra 65 anos de contribuições à matemática
“O Presidente do Conselho Nacional de Pesquisas, usando das atribuições que lhe confere o artigo 8o da Lei 1.310, RESOLVE criar o Instituto de Matemática Pura e Aplicada”. Com esta fórmula simples, em portaria datada de 15 de outubro de 1952, o contra-almirante Álvaro Alberto (1889-1976), cientista e presidente fundador do CNPq, deu existência a uma das instituições mais destacadas da ciência brasileira, que tenho o privilégio de dirigir.
À época, o Impa não tinha sede: foi alojado temporariamente numa sala do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, fundado três anos antes. E seu corpo científico era diminuto: além do diretor, o astrônomo Lélio Gama (1892-1981), também responsável pelo Observatório Nacional, o novíssimo instituto contava apenas com os jovens matemáticos Leopoldo Nachbin (1922-1993) e Maurício Peixoto, nascido em 1921 e, aos 96 anos, pesquisador emérito do Impa.
Eram poucos, mas bons: Nachbin e Peixoto viriam a ser os primeiros brasileiros convidados a proferir palestras no Congresso Internacional de Matemáticos, uma das maiores distinções na carreira de um matemático. Os pesquisadores do Impa também não tinham salário: a remuneração permaneceu precária até os anos 1970, quando a carreira foi regulamentada.
Hoje, o Impa é um dos centros de pesquisa em matemática mais reconhecidos do mundo. A qualidade do trabalho realizado por seus pesquisadores está no nível das melhores instituições internacionais. Também graças a esse prestígio, conquistamos a honra de realizar o Congresso Internacional de Matemáticos de 2018, no Rio de Janeiro. Em mais de um século de história, será a primeira vez que o principal evento mundial da disciplina terá lugar ao sul do equador.
O Impa ostenta ainda a distinção de ter “produzido” um ganhador da maior distinção da matemática: seu pesquisador Artur Avila, doutor pelo Impa, é o primeiro laureado da Medalha Field que não só nasceu como cresceu e fez todos os seus estudos em um país em desenvolvimento.
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