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30/09/2022

Crianças aprendem com Da Vinci e películas de sabão


Leonardo da Vinci, conhecido por pinturas como Monalisa, “casava a arte com a matemática” e usava muitos elementos da ciência em suas obras, mais de 500 anos atrás, contou o pesquisador da UFF Simon Chiossi, no Festival Nacional da Matemática. O foco da palestra, nesta sexta-feira (30), foi a atuação de Da Vinci como cientista e a influência da ciência em sua arte. 

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Além de apresentar ilustrações de máquinas criadas por Da Vinci – como um projeto de helicóptero, um dispositivo para lançar pedras e uma besta -, Chiossi exibiu exemplos de obras do artista com o uso de perspectiva. “O mais impressionante é como ele consegue casar a arte com a matemática”, explicou Chiossi.

Ele mostrou imagens que criam ilusões de ótica por meio da perspectiva, como uma foto em que uma pessoa empurra a torre de Pisa com o pé, e outra em que a pintura de uma faixa de pedestre dava a impressão de objetos flutuarem. 

Chiossi falou ainda sobre o contexto da época em que o gênio renascentista viveu, e explicou que artistas eram contratados para planejar máquinas de guerra. Também expôs ilustrações realistas feitas por Da Vinci. “Seu objetivo final era entender o corpo humano, para representá-lo depois na pintura. Ele foi pintor, mas foi principalmente cientista”, disse, ao exibir a gravura Homem Vitruviano, que representa as proporções ideais do corpo humano.

Película, não “bolhas” de sabão

O pesquisador Celso Costa, da UFF (Universidade Federal Fluminense), usou películas de sabão, algo com que toda criança gosta de brincar, para demonstrar conceitos de geometria. Logo no início de sua palestra, esclareceu que lida com películas, e não bolhas de sabão: “A bolha é uma coisa fechada, e a película é aberta.”

A um público de estudantes e professores do Ensino Básico, Costa citou exemplos práticos das superfícies. “Quando se forma a película, ela tenta se acomodar de modo que a tensão seja mínima”, disse.

Ele também apresentou a Superfície Costa, intitulada em seu nome e uma das chamadas “superfícies mínimas”. O conceito define superfícies em três dimensões onde dois pontos quaisquer estão interligados por infinitas curvas. O pesquisador contou que descobriu a superfície, que receberia seu nome, em 1982: “Vai fazer 40 anos. Fico muito feliz em poder falar sobre algo daquela época.”