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27/10/2017

Quando as equações matemáticas se tornam arte

Afeito à rotina de estudante de doutorado do IMPA, concluído no ano passado, o matemático Fernando Nera Lenarduzzi viveu, nos últimos três dias, uma experiência diferente. Trocou de lugar e se tornou, ele mesmo, o professor.

Coube a ele, que atualmente fez pós-doc na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), revelar aos estudantes que vieram ao IMPA participar da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia a beleza da Matemática contida na exposição Imaginary.

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Entre as obras expostas, Fernando, pesquisador da área de Sistemas Dinâmicos – “como Artur Ávila, Jacob Palis, Marcelo Viana” – estavam o “Atrator de Lorenz” e o “Hecatonicosachoron”, uma esfera em quatro dimensões projetada em três dimensões.

A história do Atrator de Lorenz data da década de 1960. Na época, conta Fernando, o americano Edward Lorenz (1917-2008) desenvolveu um modelo matemático muito simples para pesquisar o problema da convecção na atmosfera terrestre. E nele viu a sensível dependência das condições iniciais: o caos.

“Cada ponto da imagem mostra uma condição atmosférica diferente. É de se esperar, então, que pontos próximos apresentem condições também muito parecidas. Mas não é isso o que acontece. Eles vão de distanciando com o passar do tempo e se tornam completamente diferentes”, diz, apontando para a imagem azulada que mostra como o estado de um sistema dinâmico evolui no tempo num padrão caótico.

Assim como Fernando, o doutorando do IMPA Dyego Soares, da área de probabilidade, mostrou para os estudantes que a matemática está em vários lugares. Em um origami, por exemplo. Coube a ele mostrar como é divertido aprender geometria plana e espacial construindo as figuras com papéis coloridos.