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31/08/2018

Ermerson Araujo de malas prontas para o pós-doc no Ceará

São José de Ribamar fica a 32 quilômetros de São Luís, capital do Maranhão.  Ermerson Rocha Araujo saiu de lá para ampliar os horizontes matemáticos no IMPA, no Rio de Janeiro.

Em terras fluminenses, ele conquistou o título de doutor em Sistemas Dinâmicos no fim de julho deste ano. A caminhada rumo ao conhecimento não para por aí. Em vez de voltar para casa — “um dos cartões postais do Maranhão” —, como gosta de declarar, Ermerson está de mudança para Fortaleza (CE), onde cursará o pós-doutorado na Universidade Federal do Ceará.

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Na tese “Sequências Kneading para “Toy Models” de Aplicações de Hénon”, orientada por Enrique Pujals, o novo doutor conseguiu definir uma estrutura, de tal forma, que quando duas funções a satisfazem, pode dizer se estas funções são iguais ou não.

Começo na Matemática

O jovem maranhense não sabe dizer ao certo quando começou a gostar de Matemática, mas lembra que desde o Ensino Fundamental seu interesse maior sempre foram as disciplinas de Exatas.

“Normalmente, crianças de uma família simples e com certo carinho por contas, como era o meu caso, se imaginam virando Engenheiro. Durante o Ensino Médio no CEFET-MA (hoje IFMA) tive mais contato com excelentes professores de matemática. Assim, o apreço pela disciplina ganhou força em detrimento às outras”.

Porém Araujo demorou para desistir de vez da ideia de virar Engenheiro. Determinado, começou duas graduações: Licenciatura em Matemática (na UFMA – Universidade Federal do Maranhão) e Eng. Mecânica (no IFMA – Instituto Federal do Maranhão).

“O jeito como a Engenharia era tratada no curso me parecia mais uma forma de aprender e reproduzir contas; enquanto que na matemática tínhamos que ter um pouco mais de criatividade para resolver os exercícios”.

Emerson também recebeu uma bolsa de iniciação científica para estudar Matemática. “Abandonei a engenharia e continuei a trabalhar com o que viria a ser minha área de pesquisa: Sistemas Dinâmicos”.

Chegada ao IMPA

A chegada de Ermerson Araujo ao IMPA também se deu por intermédio do professor Nivaldo Muniz (UFMA). Ex-aluno do instituto, ele inscreveu o jovem para participar do V Simpósio Nacional/Jornadas de Iniciação Científica. Depois de concluir a graduação e o mestrado na UFMA, o destino do doutorado já estava certo. “Em 2014, eu voltei ao Rio, agora como aluno da instituição”. Logo de cara decidiu que gostaria de ser orientado por Enrique Pujals. A parceria deu certo.

“Ele é um pesquisador extraordinário e faz com que argumentos extremamente complicados pareçam simples. O Pujals não é muito dado às formalidades no que diz respeito aos encontros com seus alunos. A maioria das conversas que tive com ele durante a preparação da Tese foi no restaurante do IMPA, o que é muito bom, pois isto dá leveza a conversa”, relembra Araujo.

Ele conta que esses papos normalmente tinham a companhia de outros alunos, ex-alunos e quem mais quisesse sentar à mesa para discutir Matemática.

“Em cada encontro com o Pujals surgiam muitas ideias novas para os problemas em que estávamos trabalhando. Posso dizer que é uma imensa aventura ser aluno do Pujals”.

De saída do IMPA, Ermerson Araujo celebra a conquista do título de doutor e a oportunidade de ter sido aluno do instituto.

“Aqui podemos usufruir da excelente biblioteca do IMPA, bem como interagir pessoalmente com excelentes pesquisadores de fora do Brasil que frequentam regularmente a instituição. Além dos próprios alunos do IMPA. O companheirismo e a vontade de ajudar-nos uns aos outros nos mais diversos problemas torna nossa jornada no instituto muito mais emocionante”, conclui.

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