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18/09/2017

Em Joinville, garoto com câncer faz prova da OBMEP em hospital

 

Reprodução do Diário Catarinense

Os livros sobre a mesa num dos quartos do Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, de Joinville, já adiantam que ali não é um lugar apenas de recuperação e tratamento médico. Mesmo afastado das aulas presenciais, o garoto Bruno Alceu Priebe, de 11 anos, continua se dedicando aos estudos. E estuda ainda mais depois que soube de sua classificação para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), que será realizada neste sábado em escolas de todo o País. Diagnosticado com câncer pela primeira vez quando tinha sete anos de idade, o pequeno está internado há um mês em Joinville.

Aluno da Escola Básica Municipal Doutor Hercílio Malinowsky, de São Bento do Sul, Bruno não foi liberado para fazer a prova da OBMEP fora do hospital. Por isso, a psicopedagoga Patrícia Vieira entrou em contato com a organização da competição para verificar a possibilidade de o garoto realizar a etapa na unidade hospitalar.  Patrícia, que acompanha Bruno, lembra que a liberação veio logo nos primeiros telefonemas.

– Eu liguei para a escola e depois para a organização. Foi bem tranquilo para liberar. Não seria justo que ele não fizesse. No sábado, vem uma fiscal exclusivamente para acompanhar ele – explica a psicopedagoga. 

A mãe de Bruno, Patrícia Priebe, conta que quem incentiva o filho na matemática é o seu marido, Alceu Priebe. Ela diz que toda semana eles vão até a escola de Bruno para conversar com os professores e garantir que o pequeno não se prejudique por conta do afastamento da sala de aula. Parte do conteúdo das aulas é enviado para Bruno para que ele possa acompanhar a turma. 

– Matemática é minha matéria preferida. O que mais gosto é divisão – conta o pequeno, que está no sexto ano do ensino fundamental. 

Bruno se classificou para a segunda fase porque ficou entre os 5% mais bem colocados de seu colégio. Ele concorreu com alunos do sexto e do sétimo ano, que fazem a mesma prova. Agora, a expectativa é receber uma das medalhas distribuídas pela OBMEP. O resultado sai no dia 22 de novembro. 

Para escolas públicas, serão 500 medalhas de ouro, 1,5 mil de prata, 4,5 de bronze e até 46,2 mil menções honrosas. De acordo com a organização da OBMEP, a competição bateu novo recorde este ano: 18,2 milhões de inscritos, de 53.230 instituições de ensino, atingindo 99,6% dos municípios brasileiros. Pela primeira vez, a competição conta com estudantes de colégios particulares. São 4.472 escolas particulares. Os estudantes de escolas particulares receberão 25 medalhas de ouro, 75 de prata, 225 de bronze e até 5,7 mil menções honrosas. 

Dos 941.594 aprovados para a segunda fase, 903.719 são de escolas públicas e 37.875 de privadas. O Nível 1 (6º e 7º anos do Ensino Fundamental) terá 315.538 participantes; o Nível 2 (8º e 9º anos) contará com 275.385, e o Nível 3 (Ensino Médio) 350.671.  

As cerimônias de entrega dos prêmios da OBMEP ocorrem em 2018, em data a ser definida. Professores, escolas e secretarias de Educação também concorrem a prêmios, de acordo com o desempenho dos alunos na segunda fase.

Criada em 2005, a OBMEP é uma realização do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC).