Navegar

20/03/2019

Coluna na Folha: para que serve a ciência de Einstein?

Fonte: Science & Society Picture Library/Getty Images

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

Foi o “ano miraculoso” de Albert Einstein. Em 1905, o físico de 26 anos publicou, além de sua tese de doutoramento (“Sobre uma nova determinação das dimensões moleculares”), quatro trabalhos fora de série, em temas muito distintos.

Na época, Einstein trabalhava como analista de patentes: a pesquisa era uma espécie de “hobby”. Seu objetivo era compreender os mistérios que nos cercam, sem qualquer preocupação quanto à utilidade de suas descobertas. No entanto, elas revolucionaram o modo como vivemos hoje.

O primeiro trabalho, “Um ponto de vista heurístico sobre a produção e transformação da luz”, explicou por que corrente elétrica é criada quando superfícies metálicas são iluminadas. Esse fenômeno, chamado efeito fotoelétrico, havia sido observado pelo francês Alexandre-Edmond Becquerel em 1839, e confirmado pelo alemão Heinrich Heinz em 1887.

Leia também: Prêmio Para Mulheres na Ciência está com as inscrições abertas 
Como a Índia revolucionou a Matemática antes do Ocidente 
‘Nenhuma lei científica leva o nome do descobridor’

Einstein propôs que a luz seria formada por partículas, os fótons. A corrente elétrica seria o resultado de fótons colidindo com elétrons e libertando-os de suas posições nos átomos do metal. Esta teoria foi confirmada experimentalmente e valeu a Einstein seu (único) prêmio Nobel, da física, em 1921. As aplicações estão por toda a parte: células fotoelétricas, controles remotos de aparelhos, sensores de presença, fotocopiadoras, câmeras digitais e muito mais.

Em 1827, o botânico escocês Robert Brown observara que partículas de pólen suspensas em água se agitam permanentemente, como se estivessem vivas. A primeira explicação satisfatória foi dada por Einstein também em 1905, no trabalho “Sobre o movimento de pequenas partículas suspensas num líquido estacionário”. O experimentalista francês Jean-Baptiste Perrin confirmou essa explicação e ganhou o prêmio Nobel da física em 1926. As aplicações na vida real vão desde a modelagem matemática do mercado financeiro (bolsa de valores) até o desenvolvimento de algoritmos avançados de decisão.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal ou confira na versão impressa

A Folha permite que cada leitor tenha acesso a dez textos por mês mesmo sem ser assinante.

Leia também: Karen Uhlenbeck é a primeira mulher a receber o Abel Prize
Roberto Loyola em busca dos objetos geométricos “perdidos”