‘O IMPA Tech foi uma mudança total de perspectiva de futuro’, diz aluno
Igor Roberto Alves, 19 anos, saiu de São José dos Campos (SP) para dar uma nova chance para a matemática no Rio de Janeiro. Primeiro integrante da família a chegar no ensino superior, o estudante nem sempre foi fã da disciplina, mas encontrou no IMPA Tech a possibilidade de mudar sua trajetória profissional. Conheça a história do graduando no #AlémDasEquações.
“A vida aqui é um paraíso, foi uma mudança total de perspectiva de futuro. Os auxílios nos ajudam bastante e só precisamos estudar, temos todo o tempo para nos dedicar ao que de fato precisamos agora. Os colegas aqui também se apoiam bastante, temos uma boa rede de apoio”, contou Igor. O IMPA Tech oferece alojamento estudantil, bolsa alimentação e auxílio financeiro.
No 2º ano da graduação, o estudante cursa a ênfase de Ciência de Dados e deseja se capacitar cada vez mais. “Quero superar meus limites, porque passei por algumas dificuldades no início da graduação, mas me desenvolvi. Nunca pensei que teria uma formação como matemático no meu certificado, mas agora vejo meu futuro. As expectativas são as melhores possíveis.”
Medalhista da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), Igor relembra a relação com a competição. “Minha trajetória na matemática começou um pouquinho tarde. Participei da OBMEP pela primeira vez no Ensino Médio e passei para a segunda fase. Estava sem perspectiva, não conhecia muito esse ramo olímpico, mas vi que tinha a possibilidade de ganhar uma bolsa”, disse o aluno.
Na sua primeira participação, em 2022, o jovem conquistou uma medalha de bronze. “Fiquei muito feliz. Cheguei a me questionar se a matemática era pra mim, mas, a partir disso, comecei a estudar mais porque queria melhorar meu desempenho no seguinte.” Em 2023, a prata veio.
Inicialmente, foram as medalhas que motivaram o aluno a continuar estudando. “Pensava em fazer Educação Física ou treinar para me tornar um lutador de jiu-jitsu, mas a OBMEP me mostrou que poderia seguir outros caminhos e ser bem sucedido. Vi que se eu estudasse e me dedicasse, isso iria me dar retorno no futuro.”
A partir daí, Igor ingressou nas aulas do PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.) e passou também a ajudar os colegas de classe. “O PIC foi muito importante, mudou totalmente o cenário. Nas aulas, eu tinha acesso a um conteúdo que não tinha na escola e depois, ensinava aos meus colegas o que aprendia no programa. E também tinha a bolsa, que me ajudava bastante”, relembrou.
Antes de vir para o IMPA Tech, enquanto aguardava o resultado do processo seletivo, o jovem chegou a iniciar o curso de Engenharia da Computação na Unicamp. “Fiquei um pouco inseguro durante o processo seletivo, porque não sabia se tinha ido muito bem na entrevista, então não criei muitas expectativas. Mas quando recebi o e-mail, nem pensei duas vezes e decidi vir pro IMPA Tech”, contou.
Agora, no Rio, Igor está satisfeito com a mudança de cidade e de vida. “Vim de um lugar, de uma família, que não acreditava nada em estudo. Claro que era falado sobre a importância de estudar, mas a necessidade de trabalhar vinha primeiro. Acredito que estar aqui, como tudo aconteceu, foi muita sorte. Agora, me sinto na obrigação de mostrar pra todos que vieram do mesmo lugar que eu, que não acreditam que podem chegar, que é possível. Todo mundo deve ter a mesma sorte que eu. Tenho um dever moral de trazer essas pessoas para perto e mostrar que estudar dá, sim, futuro.”
Além das aulas da graduação, o aluno participa do PICME (Programa de Iniciação Científica e Mestrado), sob orientação do cientista de projetos do IMPA Lucas Nissenbaum. “O PICME é muito legal, uma das coisas que mais me motiva aqui. Apresentamos alguns capítulos do livro em sala e montamos um projeto sobre análise de imagens médicas com inteligência artificial. Então, já é uma amostra do que poderemos fazer no mercado de trabalho”, contou.
Igor está animado para colocar os conhecimentos em práticas no futuro, mas sem deixar os estudos de lado. “Quero fazer uma boa formação, quero fazer um mestrado e um doutorado primeiro, mas com certeza quero seguir para o universo corporativo. E estar aqui no Porto Maravalley com certeza faz diferença”, concluiu.
Atualmente, o Porto Maravalley conta com 70 empresas e 45 startups residentes. O hub busca integrar os alunos ao ecossistema de inovação e tecnologia. A ideia é que os alunos possam se aproximar cada vez mais das empresas, seja através da participação efetiva em estágios e programas de trainee ou em eventos.
Leia também: Folha: ‘Hofstadter: como é que o cérebro pensa?’