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14/08/2017

Perseguidos no passado, canhotos são reis da Matemática

Ser canhoto nem sempre foi visto com bons olhos. Durante boa parte da história da humanidade, quem escrevia com a mão esquerda sofria preconceito cultural, social e religioso. E houve casos até de pessoas queimadas vivas por “tamanho sacrilégio”. O que já foi considerado bruxaria, maldição ou superstição é, tão somente, uma questão de genética.

E para os 10% da população mundial que apresentam tal característica, especialmente para aqueles que gostam de Matemática, pesquisa recente publicada na revista Frontiers in Psychology (https://goo.gl/txTKpq) tem uma boa notícia: os canhotos possuem mais facilidade para resolver problemas matemáticos difíceis, por causa da afinidade entre a cognição e lateralidade esquerda.

Trocando em miúdos é mais ou menos assim: os canhotos apresentam maior desenvolvimento do hemisfério cerebral direito — especializado em processos como o raciocínio espacial — e a capacidade para fazer rotações de representações mentais de objetos. Além disso, o conjunto de células nervosas que conecta os dois hemisférios cerebrais, chamado de corpo caloso, geralmente é maior nos canhotos, indicando que alguns deles têm uma conectividade melhor entre as duas metades do cérebro e, por isso, seu processamento de informações é superior.

A história não mente sobre essa capacidade dos canhotos. Coincidência ou não, gênios da ciência como Leonardo da Vinci, Marie Curie e Nicola Tesla, usavam a mão esquerda para executar suas tarefas.

Perseguições à parte, os canhotos até ganharam uma data pra chamar de sua e, desde 1996, comemoram em 13 de agosto o Dia Internacional dos Canhotos.