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07/03/2025

Vídeo do Visgraf une avatares de Aristóteles e Steve Jobs

Avatares de Steve Jobs e Aristóteles

“A visão é criar sistemas que empoderem os indivíduos enquanto nutrem sabedoria e a compreensão ética.” Essa frase fez parte da conversa entre os avatares do matemático grego Aristóteles (384 a.c – 322 a.c.) e do empresário norte-americano Steve Jobs (1955 – 2011). A conversa foi possível graças à aplicação da tecnologia multicasting, desenvolvida pelo pesquisador do IMPA e líder do Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA), Luiz Velho, em parceria com o pesquisador Matteo Moriconi (VFXRio). O vídeo, assim como outros resultados da pesquisa, foram apresentados durante a palestra “De Aristóteles a Jobs para Celestia Borealis” na quarta-feira (26) no IMPA. 

“O interessante mesmo são as experiências deste tipo, onde temos vários participantes, personagens movidos por inteligência artificial. Podemos ter atores, diretores, qualquer tipo de experiência. Pode ser uma experiência de ensino, pode ser uma experiência de divulgação, pode ser uma experiência artística”, contou Velho. 

A apresentação fez parte da série de seis palestras, disponível no YouTube do Visgraf, sobre a pesquisa, que tem como objetivo a compreensão da interface entre o homem e a máquina, além da evolução do ambiente digital. 

A grande inspiração para os trabalhos mais recentes dos pesquisadores foi a proposta de Steve Jobs de capturar, pelos sistemas computacionais, uma visão de mundo, uma persona ou uma ideia. Inspirados por isso, Velho e Moriconi exploraram o potencial da IA generativa com novas mídias e sistemas de narrativas, bem como trabalharam na captura de dados pela IA. 

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Além da conversa entre os Aristóteles e Jobs, os pesquisadores também apresentaram novos testes realizados com a robô Celestia Borealis, inteligência artificial treinada para incorporar personalidade no atendimento de demandas. “A gente lançou a Celestia há um tempo e estamos evoluindo o fotorrealismo dela. Dos primeiros experimentos até agora, a ideia é transformá-la no mais fotorrealista possível, mas também poder transportá-la para experiências imersivas e interativas não só com humanos, mas também com outros avatares ou com o ambiente em si”, explicou Moriconi. 

Os testes e avanços da pesquisa estão sendo realizados através do uso da tecnologia Multicasting/Multimodal. “O Multicast Multimodal System é um playground, um espaço de experimentação para a IA generativa, para a construção de sistemas desse tipo. Estamos trabalhando com uma plataforma criativa para a ideação, desenvolvimento, construção e realização de experiências de mídia usando IA. A ideia básica da ferramenta de IA que usamos é, primeiro, um sistema que é distribuído, usa comunicação na internet, usa todo tipo de novas mídias, inclusive as que não apareceram ainda, para criar uma realidade expandida. Então, isso inclui a nossa realidade real, a realidade virtual, realidade aumentada, realidade mista”, contou Velho. 

Para o futuro, os pesquisadores desejam continuar explorando novas possibilidades através dos recursos de realidade expandida e IA. A ideia é proporcionar experiências interativas mais flexíveis, que podem estar, por exemplo, em instalações ou nas mídias sociais.

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