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22/10/2020

Participação na OBMEP impacta no Enem, aponta Landim

Identificar alunos com talento para matemática, formá-los através de atividades acadêmicas, produzir material didático e contribuir para a formação de professores. Pilares da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) foram destaque no webinar “Educação Matemática e Políticas Públicas”, que encerrou nesta quarta-feira (21) a série de encontros virtuais “E a matemática com isso?”, promovida pelo Instituto Sidarta. Em parceria com o Itaú Social e apoio do IMPA, os webinários, que já somam mais de 24 mil visualizações, buscaram debater e provocar reflexões sobre a matemática. 

“Identificamos dentro da olimpíada que o desempenho das escolas está muito associado a um professor. Aquele professor extremamente motivado, que tenta formar grupos onde prepara alunos para olimpíada, vai ter um alcance não só na competição, como no Enem. Algumas escolas conseguem aumentar a média em 5 pontos, é um impacto extraordinário”, destacou o diretor-adjunto do IMPA e coordenador da OBMEP Claudio Landim. “E é preciso entender o que leva um professor a se motivar, não só em relação à formação, mas sobre a valorização da profissão”. 

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Além de Landim, Claudia Petri, coordenadora de implantação regional do Itaú Social e Jorge Lira, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) discutiram sobre iniciativas em curso que vêm promovendo avanços no ensino da matemática. O debate foi mediado por Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta. 

“Fui alfabetizada e aprendi a matemática com a professora enchendo a lousa de contas e era uma grande ‘decoreba’. Como um menino compreende que ele pode entender melhor a matemática? Isso vai envolver também a formação de professores”, destacou Claudia. A partir de relatos pessoais, a pedagoga falou sobre as lacunas matemáticas deixadas na formação de profissionais que atuam nos primeiros anos de ensino básico. Na contramão da memorização, Claudia reforçou que “conhecimento é poder”. E neste sentido é essencial observar como a matemática está presente em atividades do dia a dia para facilitar a aprendizagem. 

Abordagem que vem sendo cada vez mais valorizada no Ceará. A consolidação do estado como pólo de excelência em matemática teve início com a criação do mestrado em matemática da UFC, ainda na década de 1960, passando pela criação do doutorado três décadas depois. Programas que hoje têm reconhecimento internacional. “Isso foi possível graças também a políticas públicas. Desde o início do desenvolvimento da pós-graduação, havia essa vontade de integrar a pesquisa à educação básica, com algo como a iniciativa científica jr. O Ceará também foi um dos estados que mais acolheu, inicialmente, a cultura olímpica”, lembrou Jorge. 

O processo de formação dos professores é a chave para alterar a atual realidade, em que ⅔ dos jovens brasileiros de 15 anos sabem menos do que o básico em matemática, como frisou Ya Jen. “Que nós consigamos implantar e disseminar boas práticas como essas para levar a aprendizagem para mais e mais alunos, inserindo-os no contexto da sociedade.”

Assista ao webinar “Educação Matemática e Políticas Públicas” na íntegra!

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