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23/12/2020

Na Folha, o descompasso na formação dos jovens brasileiros

Foto: Divulgação MCTI

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

A pandemia forçou uma mudança radical no modo como escolas estão funcionando em todo o mundo e acredito que essa mudança será, em grande medida, irreversível. Não creio que voltaremos a ensinar nenhuma disciplina, particularmente a matemática, do modo tradicional. Aliás, não é desejável que o façamos: com a crise, vêm oportunidades de progresso que urge explorar.

Por outro lado, compreender qual é o papel que as tecnologias virtuais podem e devem ter no ambiente de ensino é um desafio que ainda estamos longe de ter resolvido. A interação humana tem um papel fundamental no processo pedagógico e não é razoável pensar que a presença do professor na sala de aula poderá ser substituída no futuro previsível. No caso da matemática, a questão é particularmente crítica, porque a aprendizagem da disciplina é um processo inerentemente interativo entre a criança e o professor.

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Para além da questão do “como”, importa também questionar “o quê” vamos ensinar na matemática daqui a 10 ou 20 anos. Para projetar o futuro, é útil analisar o passado.

No início do século 20, o alemão Felix Klein (1849-1925), excelente matemático que também se interessava de maneira muito concreta pela formação de professores, compreendeu que os currículos escolares da Alemanha e outros países tinham parado de evoluir. Na sua visão, as escolas da época continuavam ensinando a matemática do século 18 ou anterior, ignorando todo o corpo de conhecimento que fora desenvolvido no século seguinte.

Isso levou Klein a lançar uma iniciativa internacional visando trazer para a sala de aula a matemática descoberta ao longo do século 19, além de contribuir para adequar a formação dos docentes aos novos tempos. A revolução que ele iniciou influenciou profundamente diversos países, sobretudo os mais avançados. O Brasil, com um sistema educativo ainda precário, infelizmente, ficou fora desse processo inovador e teve que correr atrás bem mais tarde. Na verdade, continua correndo.

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