Navegar

15/03/2023

Émilie du Châtelet é tema de coluna de Marcelo Viana

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Tinha nome de aristocrata, Gabrielle Émilie Le Tonnelier de Breteuil, e era: filha do barão de Breteuil nascida em 1706, ela se tornou marquesa ao se casar com Florent Claude du Châtelet, em 1725. Desde cedo foi encorajada pelos pais a adquirir uma educação sofisticada, rara para uma jovem da época: música, dança, canto, teatro, ginástica, equitação, línguas (aos 12 anos era fluente em alemão, italiano, latim e grego) e sua grande paixão, a matemática e a física.

O marquês du Châtelet era um homem de guerra, onze anos mais velho e com pouco em comum com sua esposa, mas o casamento foi surpreendentemente feliz. Três filhos depois, a relação já evoluíra para uma amizade cúmplice com as liberdades do outro, que durou pelo resto de suas vidas. Para Émilie, as liberdades de aprender e de amar.

Leia mais: Hallison Paz equipara IMPA à empresa Meta
Artigo do IMPA é premiado em conferência internacional de IA
Fernando de Goes conquistou Oscar técnico pela Pixar

Estudou matemática com Maupertuis, autor do famoso princípio da mínima ação, que lhe apresentou as ideias de Newton, e com Clairaut, pioneiro das equações diferenciais. Manteve correspondência com matemáticos como Leonhard Euler e Johann II Bernoulli, e até com o rei da Prússia, Frederico 2o, o Grande.

Émilie ajudou a provar experimentalmente que a energia cinética é proporcional ao quadrado da velocidade, como afirmara Leibniz. Em 1738, tornou-se a primeira mulher a ter um ensaio científico –sobre a natureza do fogo– publicado pela Academia de Ciências da França. Seu trabalho mais conhecido, publicado postumamente em 1756, é a primeira tradução dos “Principia Mathematica” na França, com comentários, que permanece a base das traduções da obra de Newton para o francês. Em seus escritos, ainda tratou de temas tão diversos quanto filosofia, finanças, estudos bíblicos, e a defesa da educação para mulheres. Vários de seus textos foram copiados diretamente na Enciclopédia, a grande obra do Iluminismo.

Assim mesmo, ela ainda é mencionada sobretudo no contexto de sua relação, romântica e intelectual, com o mais brilhante (e polêmico) dos iluministas, o filósofo Voltaire, que durou por quase toda a sua vida adulta. Embora Voltaire reconhecesse a superioridade dela no âmbito das ciências (“Eu costumava ensinar a mim mesmo com você. Agora você voou para onde eu não posso mais segui-la”), a história buscou relegá-la à sombra do homem, fazendo esquecer a influência e prestígio de que desfrutou em vida.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

Leia também: Medalhista da OBMEP questiona ministra do MCTI
Na infância, Claudia Lorena Espitia sonhava em ser cientista