‘Motivador’, dizem participantes do 4º Mulheres Matemáticas
Para marcar o Dia Internacional das Mulheres na Matemática, celebrado em 12 de maio, alunas do instituto realizaram nesta segunda-feira (13) o 4º Encontro Mulheres Matemáticas do IMPA. O evento contou com um dia repleto de palestras e rodas de conversa sobre oportunidades, desigualdade de gênero na área e os desafios encontrados.
Além de estudantes de mestrado e doutorado, o evento recebeu alunas e alunos do IMPA Tech, a graduação do IMPA. Uma das participantes foi Lucía Gutierrez, de 18 anos. Ela definiu o encontro como “motivador”.
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“É muito importante perceber que há mulheres na área e que passaram por experiências que nós também passamos e ainda assim elas se tornaram mestres, doutoras, pesquisadoras e é incrível saber que também podemos chegar lá”, disse.
O sentimento de inspiração também foi compartilhado pela colega de classe Bianca Moreno, de 17 anos. “Sempre achei muito importante a questão da representatividade feminina no mercado e sempre fiquei muito feliz em ver mulheres em cargos altos. Isso me permite pensar que também posso ocupar esses espaços”.
Organizado pelas alunas da pós-graduação Ana Cristina Barreto, Luana Aparecida Soares Costa, Luíze D`Urso, Maria Eduarda Martins Fernandes, Vitória Aparecida Santos Ferreira, a programação contou com um bate-papo com a pesquisadora do IMPA, Carolina Araujo, que deixou um conselho importante para o público.
“Para nós mulheres, a formação de redes faz toda diferença. É onde discutimos vários assuntos e promovemos conquistas. O problema de gênero ocorre no mundo inteiro. Acreditem em vocês. Não se intimidem!”
O evento contou ainda com as palestras “Oportunidade na Matemática”, com Jaqueline Mesquita, presidente da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática), “Gêneros, Sexualidades e Educação Matemática”, com o grupo da UFRJ MatemátiQueer; e “Matemática não é só para eles”, com Ana Cristina Vieira da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A pesquisadora defendeu adoção de medidas que reforcem a presença feminina no mercado de STEM e destacou a necessidade de suporte para mães e gestantes em congressos da área.
“É necessário que as agências de pesquisa incluam verbas que possam garantir a presença de mães e gestantes em eventos científicos. Muitas mulheres deixam de participar de congressos por não terem onde deixar seus filhos. Então é importante que existam espaços para acolher estas mulheres, espaço para receber crianças”.
O 4º Encontro Mulheres Matemáticas do IMPA foi um evento aberto ao público e aconteceu de forma presencial e online. Uma das estudantes de fora do IMPA e presente no evento foi Silvia Azevedo, de 26 anos, que cursa pedagogia na UFRJ. Ela classificou o evento como proveitoso. “Abrir portas para que pessoas de fora do IMPA que não desenvolvem matemática é importante para ampliar a discussão e acesso a informações”, avaliou.
Luana Aparecida Soares Costa, estudante de doutorado do IMPA e integrante da Comissão Organizadora do evento, comemorou a realização do encontro. “Foi um evento que deu para discutirmos bastante e aprendermos muito sobre a questão de gênero, sobre acolhimento em ambientes acadêmicos muito masculinos”.
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