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03/01/2020

Matemáticas estão entre homenageadas em calendário

Nedir do Espírito Santo é doutora pelo IMPA

Que tal acompanhar os dias de 2020 descobrindo nomes de cientistas negras pioneiras na ciência? É o que propõe o calendário desenvolvido por Joselí Maria Silva dos Santos, aluna do curso de Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), sob orientação da professora Hilda da Silva Gomes. Além de histórias das mulheres, o trabalho traz em destaque datas marcantes para a busca pela igualdade de gênero e combate à discriminação racial. 

Duas matemáticas estão retratadas. Nedir do Espírito Santo, matemática pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutora em Matemática pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada representa o mês de abril. Nedir atua em pesquisa sobre Geometria Diferencial e tem trabalhos publicados em superfícies mínimas e superfícies de curvatura média constante. 

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Lis faz pesquisa na área de computação gráfica

Em setembro, quem aparece é Lis Ingrid Roque Lopes Custódio. A matemática é professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e faz pesquisa na área de computação gráfica. Assim como Nedir, Liz é formada pela UFF e fez mestrado e doutorado em Matemática pela PUC-Rio. A pesquisadora se diz “honrada de estar ao lado de cientistas pioneiras em suas áreas e, de certa forma, representar cientistas negras brasileiras”, em entrevista à GloboNews. “Somos poucas, levando em consideração a proporção de negros e pardos, mas somos mais do que doze”. 

Além das duas matemáticas, outras dez cientistas de diferentes áreas completam o calendário. Enedina Alves Marques, primeira mulher negra no Brasil a se formar em engenharia; Sonia Guimarães, física e pioneira ao dar aulas no Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA); e Conceição Evaristo, doutora em Literatura, são algumas das personalidades retratadas. 

Joselí, autora do projeto e primeira aluna do sistema de cotas da Fiocruz, acredita ter alcançado o objetivo principal: dar visibilidade às mulheres. “Conforme fui fazendo o levantamento de cientistas negras na área, notei a dificuldade de achá-las e de vê-las na mídia ou em livros”, afirmou. O resultado final do trabalho se espalhou pelas redes sociais atingindo um número muito maior de pessoas. “Alguém publicou o calendário, sem autoria, e ele foi sendo replicado em grupos que eu estava”, conta a orientadora Hilda da Silva Gomes. 

O calendário Cientistas Negras está disponível para download.  

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