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19/06/2020

Ex-aluna do IMPA integra lista de 35 jovens inovadores do MIT

Foto: Universidade de Washington

Mestre pelo IMPA, Adriana Schulz foi escolhida para integrar a lista “Innovators Under 35” de 2020 do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), que destaca trabalhos de jovens inovadores, apontando possíveis direções à tecnologia na próxima década. A brasileira foi selecionada na categoria “Visionários” por desenvolver ferramentas que permitem a qualquer um criar o design de produtos sem conhecimento prévio de ciência dos materiais e engenharia. Criado há 20 anos, o concurso costuma receber mais de 500 indicações e conta com uma comissão julgadora de 25 membros para chegar a lista final de 35 nomes.

As ferramentas de design baseadas em computação elaboradas por ela permitem que os usuários usem interfaces gráficas de arrastar e soltar na criação objetos funcionais e complexos, como robôs e gaiolas de pássaros. “O que me deixa entusiasmada é que estamos prestes a entrar na próxima fase na fabricação – uma nova revolução na fabricação”, diz Adriana, que tem como objetivo definir ferramentas de design que impulsionem e democratizem esta nova revolução industrial.

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Uma das principais criações da pesquisadora, que atualmente é professora assistente da Universidade de Washington, é o Interactive Robogami, uma ferramenta que permite a qualquer um projetar robôs rudimentares. Quando o usuário projeta a forma e a trajetória de um robô terrestre na tela, o sistema de Adriana traduz automaticamente o design bruto em um esquemático que pode ser construído a partir de partes de impressos padrão ou 3D.

“As tecnologias de fabricação digital podem ser usadas não apenas para aumentar a produtividade, mas também para melhorar drasticamente a qualidade dos produtos, de bens de consumo a aplicações médicas”, explica. “Mas, além do impacto comercial, o que me deixa realmente empolgada é o potencial de permitir que qualquer pessoa crie algo, independentemente de seus antecedentes ou necessidades individuais. Meu objetivo é capacitar as pessoas a moldar os objetos e ambientes ao seu redor para serem mais acessíveis, sustentáveis ​​e inclusivos.”

Foto: Universidade de Washington

Junto a colaboradores, Adriana desenvolveu uma ferramenta que permite aos usuários projetar drones que atendam aos requisitos escolhidos por eles para carga útil, duração da bateria e custo. Os algoritmos do sistema incorporam ciência dos materiais e sistemas de controle, e emitem automaticamente um plano de fabricação e um software de controle.

A passagem pelo IMPA e pelo Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do instituto) teve forte impacto em sua trajetória profissional, afirma a pesquisadora. “O IMPA me deu a formação matemática fundamental para toda a minha carreira. Foi onde me apaixonei pela computação gráfica e onde conheci o professor Luiz Velho, um grande mestre que tanto me ensinou, me inspirou, e viu em mim um potencial que nunca acreditei ter.”

Atualmente, a pesquisadora está ajudando a criar o Centro de Fabricação Digital da Universidade de Washington, que ela vai co-dirigir. Adriana trabalhará com empresas de manufatura e tecnologia locais, para projetar suas ferramentas para fora do laboratório.

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