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13/09/2021

Emma Raducanu: campeã do US Open e nota 10 em matemática

Foto: WTA/Jimmie48

Campeã nas quadras e nota 10 em matemática. A tenista britânica, Emma Raducanu, de 18 anos, conquistou os olhares do mundo ao vencer o US Open de tênis no último sábado (11), protagonizando uma das jornadas mais surpreendentes da história do esporte, após sair da 150ª posição e do qualifying para ser a campeã de um dos quatro torneios mais tradicionais do mundo, sem perder nenhum set! O que poucos sabiam é que, em meio a intensa rotina de treinos desde que ganhou intimidade com a raquete, aos 5 anos, Emma também é extremamente disciplinada com seu desenvolvimento acadêmico. Pouco depois de sua estreia em Wimbledon, no início do verão europeu, a tenista conquistou o resultado máximo em matemática e economia no A Level, espécie de vestibular do Reino Unido.

Os professores da Bickley Primary School, escola na qual a adolescente estudou, em Bromley, no Reino Unido, afirmaram que “não estão surpresos” com o sucesso da adolescente, que se tornou a primeira britânica a chegar à final do Grand Slam americano, um dos quatro eventos anuais mais importantes do tênis, desde 1968. “Ela sempre foi muito comedida, determinada e competitiva e venceu o sprint todos os anos. Era brilhante e boa em todas as matérias, matemática em particular”, disse Liz Blake, diretora do colégio.

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Filha de um romeno e de uma chinesa, Emma seguiu uma trajetória diferente dos outros jovens talentos do tênis, que costumam deixar os estudos assim que suas carreiras começam a despontar. Em entrevistas coletivas em Wimbledon, ela reforçou o quanto a educação foi importante para que seu desempenho dentro das quadras fosse ainda melhor. “Ter algo além do tênis manteve minha mente ocupada. Quando você treina, só tem um certo tempo por dia para isso. Você ainda tem muito tempo para preencher. [A escola] ajudou a manter minha mente ativa. Acho que me ajudou em quadra também na maneira em que eu absorvo muita informação. Acho que em quadra eu sou mais inteligente taticamente do que algumas outras”, disse.

O fato de levar a escola tão a sério, no entanto, a impediu de ter mais sucesso nos torneios juniores. “Foi frustrante em várias ocasiões, porque via as outras tenistas com quem tinha crescido e elas já conseguiam alcançar muitas coisas. Houve momentos em que muitas tenistas da minha idade já se davam bem no Tour e como profissionais. Mas acho que o mais importante é tentar e dar o meu melhor quando tenho oportunidades”, relatou a jovem, durante o Grand Slam britânico, quando já havia ficado entre as 16 melhores.

Com uma trajetória-relâmpago na temporada de torneios, Emma passou 18 sets sem perder na caminhada até à final. Galgou 127 posições no ranking da Associação de Tênis Feminino WTA, passando da 150ª para a 27ª colocação, além de ter se tornado a número 1 do Reino Unido. Aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: uma vez no saibro, a britânica vai encarar suas partidas como se fossem testes de matemática.

“Todo mundo me diz que sou absolutamente fanática pelos meus resultados na escola. Dizem que tenho o ego inflado por causa disso. Os meus pais acham que sou louca. Mas a verdade é que é só porque não aceito nada diferente de um 10. E agora sinto que também tenho de corresponder às expectativas. É por isso que trabalho tanto para ter essas notas. Não sei o que vai acontecer mas pelo menos sei que fiz o meu papel, sei que dei o meu melhor”, afirmou a tenista.

Fontes: O Observador, My London, The Sun e Inews

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